Após anunciar o início do processo de falência na última segunda-feira (26), a produtora norte-americana The Weinstein Company anunciou nesta quinta-feira (01) a compra de seus ativos por um grupo de investidores, evitando, portanto, o encerramento de suas atividades. De acordo com o THR, o grupo é liderado pelos empresários Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle. O acordo agora deverá ser concluído em até 40 dias.

A negociação se deu com o intermédio e supervisão do procurador-geral do estado de Nova York, Eric Schneiderman, que deu sua bênção para o acordo em declaração:

“Como parte dessas negociações, estamos satisfeitos por ter recebido compromissos expressos das partes de que a nova empresa criará um fundo de compensação de vítimas real e bem financiado, e implementará políticas de RH que protegerão todos os funcionários e não recompensarão injustamente atores ruins. Trabalharemos com as partes nas próximas semanas para assegurar que elas honrem e memorializem esses compromissos antes do encerramento do processo.”

Contreras-Sweet é uma ex-funcionária do governo do ex-presidente americano Barack Obama, e afirmou que seu envolvimento foi inspirado pelo movimento “#MeToo”, além de pretender instalar uma mesa diretora de maioria feminina. Burkle, por sua vez, seria um participante minoritário através de suas empresas. Ele é empresário e associado pessoal de longa data de Harvey Weinstein – antigo dono da empresa e cujas acusações de assédio e abuso sexual colocaram-na na atual posição perante o mercado.

O fundo de amparo às vítimas terá um valor entre 80 e 90 milhões de dólares, duas vezes maior do que o inicialmente planejado pela The Weinstein Company antes do acordo, além de assumirem US$ 225 milhões em dívidas. A empresa comunicou o acordo em nota:

“Temos o prazer de anunciar que assinamos um acordo para a venda dos ativos da The Weinstein Company para um grupo de investidores, liderado por Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle. O acordo apresenta um caminho claro para a compensação das vítimas e protege os empregos de nossos funcionários. Agradecemos os esforços do procurador-geral Schneiderman e seu funcionários, Maria Contreras-Sweet, Ron Burkle e sua equipe na empresa Yucaipa por nos terem trazido este acordo. Consideramos este um resultado positivo em circunstâncias incrivelmente difíceis.”

A aquisição da The Weinstein Company é mais um capítulo na história das acusações de assédio e abuso sexual do empresário e ex-produtor Harvey Weinstein. Ele está sendo investigado pelas polícias de Los Angeles, Nova York e Londres, apesar de ainda não ter recebido acusações formais. Ao todo, mais de 80 mulheres o acusam de assédio e abuso sexual até o momento. Através de porta-voz, ele vem negando todas as acusações.

Após as denúncias, Weinstein foi demitido da sua empresa e expulso das Academia de Ciências e Artes Cinematográficas dos EUA e Academia Britânica de Cinema e Televisão, responsáveis pelas premiações do Oscar e BAFTA, respectivamente.

Saiba Mais: Harvey Weinstein, The Weinstein Company