Em uma entrevista recente ao Stuff, o cineasta Peter Jackson (“Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos“) revelou que em 1998, a produtora de Harvey Weinstein, Miramax, foi responsável por impedir que as atrizes Ashley Judd (“A Série Divergente: Convergente“) e Mira Sorvino (“O Poder e o Impossível”) fossem escolhidas para integrar o elenco de “O Senhor dos Anéis“:

“Eu me lembro que a Miramax nos disse que era um pesadelo trabalhar com elas e que devíamos evitá-las a todo custo. Naquele momento não tínhamos nenhuma razão para questionar o que esses caras [Harvey e Bob Weinstein] estavam dizendo. Agora suspeito que nos deram informações falsas sobre essas duas mulheres talentosas – e como resultado imediato tiramos seus nomes da nossa lista de elenco”, revelou Jackson.

Após as declarações, as atrizes se manifestaram sobre o assunto através do Twitter:

“Só de ver isso depois de acordar, eu cai no choro. Aí está, a confirmação de que Harvey Weinstein tirou minha carreira dos eixos, algo que eu suspeitava mas não tinha certeza. Obrigada Peter Jackson por ser honesto. Estou abalada”.

“Eu lembro muito bem disso”.

Jackson ainda disse que antes mesmo das denuncias de assédio surgirem, ele já havia decidido a nunca mais trabalhar com os Weinstein. Segundo ele, Harvey e Bob eram muito difíceis de trabalhar.

“Minha experiência, quando a Miramax controlou ‘O Senhor dos Anéis’ [antes da New Line assumir], era de Weinstein e o irmão dele se comportando como bullies mafiosos de segunda classe. Eles não eram o tipo de pessoa com quem eu queria trabalhar – então não trabalhei”.

Judd e Sorvino são duas das dezenas de atrizes que acusaram o produtor de assédio sexual. As acusações contra Weinstein foi o estopim de uma série de revelações contra abusadores em Hollywood. Entre os casos, destacam-se o do diretor James Toback (“Nunca Fui Amada”), denunciado por mais de 300 mulheres; o diretor Brett Ratner (“Hércules”), que foi acusado por seis mulheres; o ator Kevin Spacey (“Em Ritmo de Fuga”), demitido do seriado “House of Cards“ após ser denunciado de abusar de membros da produção; o ator Dustin Hoffman (“Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe“), que foi acusado por várias mulheres; e o diretor Bryan Singer (“X-Men: Apocalipse“), acusado de estuprar um jovem de 17 anos em 2003.

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