Após protestos, Roman Polansky renuncia a presidência do César
Não é a primeira vez que o polêmico diretor é forçado a desistir de festivais e premiações.
Diretor franco-polonês Roman Polanski (“Deus da Carnificina”) desistiu da presidência do César, que seria o equivalente da França para o Oscar, em meio a protestos generalizados, conforme a publicação Variety.
Os protestos em toda a França foram desencadeados por uma organização feminista local chamada Osez le Feminisme, que afirmou que a nomeação do cineasta para presidente era “um insulto ao estupro e às vítimas de agressão sexual” e pediu um boicote ao prêmio. A ONG recolheu aproximadamente 60.000 assinaturas para retirar Polanski de seu posto e após dias de protestos, o advogado do diretor disse à Associated Press que seu cliente havia renunciado ao cargo de presidente do César, um cargo honorário que implica em um discurso de abertura.
Polanski, que anteriormente recebeu sete prêmios César, havia sido escolhido para presidir a premiação, que ocorrerá em 24 de fevereiro, pelo diretor da Academia Francesa de Artes e Técnicas de Cinema, Alain Terzian.
Terzian, que também é produtor de filmes, chamou Polanski de “esteta insaciável (…) que reinventou suas artes e filmes ao longo dos anos”.
Embora o diretor tenha muitos aliados na indústria cinematográfica francesa, ele também é considerado uma figura controversa no país. Nos Estados Unidos, onde ganhou um Oscar por “O Pianista” em 2003, Polanski ainda é procurado pelas autoridades por ter praticado relações sexuais com uma garota de 13 anos, em 1977.
Em 2014, o diretor declinou de participar do Festival de Locarno, alegando possíveis tensões indesejadas.
Polanski está dirigindo seu próximo filme, “Based on a True Story”, um suspense psicológico escrito por Olivier Assayas (“Acima das Nuvens”), com as estrelas Eva Green (“O Lar das Crianças Peculiares”) e Emmanuelle Seigner (“O Escafandro e a Borboleta”).
O último filme de Polanski, “A Pele de Vênus”, competiu em Cannes em 2013.
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