Scarlett Johansson pode ser a protagonista do filme que adapta o caso do GamerGate
Atriz é a mais cotada para interpretar Zoe Quinn.
Mesmo que você seja apenas um fã casual de videogames, há uma boa chance de você ter ouvido falar do caso conhecido como GamerGate. Tudo começou quando o jogo Depression Quest, de Zoe Quinn, recebeu aprovação unânime da imprensa internacional, mesmo sendo um título simples e independente. Após acusações de um ex-namorado de Quinn, que garantia que a desenvolvedora só havia conseguido tamanha repercussão de seu jogo depois de dormir com membros da crítica especializada, uma verdadeira multidão de jornalistas, sites e pessoas que não tinham nada a ver com a história passou a explorar a controvérsia de quão vendida estaria a indústria dos jogos.
O título GamerGate, que faz alusão ao caso Watergate, amplamente citado como paradigma da corrupção, deveria representar uma abertura para a discussão sobre a falta de ética na indústria dos jogos, cujo gatilho foi disparado em decorrência do caso Zoe Quinn. Contudo, o mesmo GamerGate que criticava a incongruência dos jornalistas acabou dando um tiro no próprio pé ao se tornar um gigantesco equívoco. De repente, não se fala mais sobre a ética da imprensa: toda e qualquer manifestação “pró-GamerGate” usa argumentos machistas e raivosos para… ofender mulheres. O mote da revolta, que supostamente teria sido o fato de um jornalista ter vendido sua opinião em troca de sexo, no fim das contas se tornou o fato de uma mulher ter conseguido críticas positivas para seu jogo simples e independente.
O GamerGate, por sua vez, acabou deixando suas origens para trás, se desenvolvendo nos fóruns da internet e tornando-se um movimento que contraria a liberdade de expressão feminina dentro do mundo dos jogos eletrônicos. Outras mulheres, como a crítica de mídia Anita Sarkeesian e a jornalista Leigh Alexander, do Gamasutra, já vinham sofrendo ameaças e palavras de ódio vindas da mesma comunidade. A revolta só ganhou um título após envolver, de fato, nomes conhecidos da imprensa.
Dito isso, de acordo com o Deadline, a ex-executiva da Sony Amy Pascal ganhou uma disputa para produzir um filme que adaptará o livro “Crash Override: How to Save the Internet from Itself” (tradução livre: Crash Override: Como Salvar a Internet de Si Mesma), autobiografia da desenvolvedora independente Zoe Quinn e que ainda será lançado em setembro de 2016. O projeto está nos estágios iniciais de desenvolvimento pela Pascal Pictures, produtora do novo “Caça-Fantasma” e “Homem-Aranha“, e já chamou a atenção da atriz Scarlett Johansson.
A adaptação, intitulada “Control Alt Delete“, será escrita pelas roteiristas Rebecca Angelo e Lauren Schuker Blum, e pretende mostrar como Quinn batalhou o assédio e procurou levantar a questão da representatividade nos jogos.
Um outro estágio de negociação deve acontecer em relação a distribuição do filme, já que ele será uma grande crítica a indústria de games. Amy Pascal trabalhou parte da sua carreira na Sony, que fabrica o PlayStation e muitos jogos.
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