Cinema com Rapadura

Entrevistas   segunda-feira, 12 de agosto de 2019

[ENTREVISTA] Vai Que Cola 2: O Começo | Visita ao set e bate-papo com as estrelas

O Cinema Com Rapadura conversou com elenco e diretor de "Vai Que Cola 2: O Começo", trazendo com exclusividade detalhes da produção.

[ENTREVISTA] Vai Que Cola 2: O Começo | Visita ao set e bate-papo com as estrelas>

Em abril de 2019, o Cinema Com Rapadura visitou o set de gravações de “Vai Que Cola 2 – O Começo”. Dirigida por César Rodrigues (“Minha Mãe é uma Peça 2: O Filme”), a sequência de “Vai Que Cola – O Filme” (2015) na verdade se passa antes do original, ou seja, é um filme de origem para muitos personagens da querida sitcom do Multishow. Lembramos que os eventos do primeiro longa estão ligados com a primeira temporada da série, quando a Dona Jô (Catarina Abdalla) recebe em sua pensão do Méier, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, o malandro Valdomiro (Paulo Gustavo) que fugia da Polícia Federal. Neste “prequel” de 2019, ficamos sabendo como os outros célebres personagens se conheceram e foram morar juntos na pensão da Dona Jô.

Além de Catarina reprisando seu papel, o filme é estrelado por Samantha Schmütz, Cacau Protásio, Marcus Majella, Fiorella Mattheis, Emiliano D’Ávila e Silvio Guindane. Com exclusividade, o Cinema Com Rapadura acompanhou um dia de filmagem na Quadra do Cerol, onde os personagens se encontram numa grande feijoada para comemorar a chegada de Tiziu. Sim, ele mesmo! Na pele de Fábio Lago, o famoso marido falecido de Terezinha (Cacau Protásio) que só existia nas histórias da personagem na série finalmente ganha vida.

Dentre as cenas gravadas em um dia de grande produção, com direito a múltiplas câmeras, gruas, maquinários, muitos figurantes e um fascinante trabalho de coordenação e direção de arte, acompanhamos o divertido e inesperado encontro de Terezinha, Dona Jô e Ferdinando (Marcus Majella). Entre uma tomada e outra, batemos um papo com as estrelas para entender um pouco mais desta produção.

A grande veterana do elenco principal é sem dúvida a atriz Catarina Abdalla. Sua carreira abrange sucessos no cinema, teatro e televisão, de onde ganhou popularidade a partir dos anos 80, com as personagens Cuca (“Sítio do Picapau Amarelo”) e Ronalda Cristina (“Armação Ilimitada”), e não saiu desde então.

Catarina Abdalla (Dona Jô)

Cinema Com Rapadura: Para as pessoas que por acaso ainda não conhecem, conte-nos sobre a série que originou esta sequência de filmes. 

Catarina Abdalla: A gente tem um programa chamado “Vai Que Cola”, que passa no canal Multishow, e a gente estourou a boca do balão com ele. Sabe assim… aquela “cagada” que a gente dá de vez em quando? De estar na hora certa, no lugar certo, com as pessoas certas? Eu dei. Eu e a turma do “Vai Que Cola”. Estamos indo para a sétima temporada. Para quem nunca viu, bota lá no Multishow para ver. E para quem nos acompanha, obrigada! Porque é por você, que nos acompanha, que estouramos a boca do balão e viramos um sucesso.

CCR: E quem é sua personagem?

Catarina: Eu sou a Dona Jô. Sou, como diria, o amor da pensão modestamente falando. A Dona Jô é aquela mãezona que todo mundo quer ter. Ela abraça geral, tem sempre atitudes altruístas, sempre pensamentos positivos. Tem muita vontade também de ter um parceiro amoroso. Aliás, ela é a mais casada da pensão – já teve três casamentos e se bobear tá indo para o quarto. Ela é animada para cozinhar, para namorar, para dançar. Ela é animada para aguentar aquele povo todo louco porque é tudo aqui nas costas dela.

CCR: Sobre as origens de Dona Jô neste novo filme, o que você pode nos contar?

Catarina: Dona Jô em “Vai Que Cola 2: O Começo” vem justamente para mostrar aquilo que no “Vai Que Cola” já estava estabelecido, como tudo começou, de onde surgiram esses personagens, porque todo mundo foi se juntando na casa da Dona Jô e ela resolveu fazer uma pensão.

Antes de ir para o Rio de Janeiro e se tornar o famoso concierge, o personagem Ferdinando vivia na cidade de Murundu e “Vai Que Cola 2 – O Começo” conta com esse ambiente inédito ao “universo VQC” – Ferdinando também já atravessou produções, estrelou o próprio talk show na televisão e participou de “Crô em Família”.

Marcus Majella (Ferdinando)

Cinema Com Rapadura: O que devemos esperar do arco de Ferdinando neste novo filme?

Marcus Majella: O filme vai se passar quando todos se conheceram, antes de tudo, lá atrás. Então, o arco do meu personagem vai desde Ferdinando lá em Murundu, sua cidade natal, no universo dele com os amigos. Diego Becker e Ney Lima estão fazendo os amigos de Ferdinando. Desde o momento em que ele sai de Murundu, vem para o Rio de Janeiro e conhece essa galera toda aqui – aí sim começa o “Vai Que Cola”.

CCR: Como era Ferdinando em Murundu?

Marcus: A gente consegue ver o Ferdinando em um universo completamente diferente do Rio de Janeiro, m uma cidade de interior onde morava. Lá você já via o Ferdinando criativo, usando o que ele pode, com o que ele tem… Usava planta como fantasia de Carnaval. Já é uma pincelada do que é o Ferdinando lá no “Vai Que Cola” no Méier, porque ele se vira com o que tem. Não é um personagem rico, mas ele consegue pegar um tecido e fazer um vestido de gala. Lá em Murundu, ele consegue pegar mata, palha, e fazer uma fantasia de Carnaval.

CCR: E após a chegada dele no Rio de Janeiro?

Marcus: O filme começa apresentando o Ferdinando lá em Murundu, aí ele vem para o Rio de Janeiro e no trajeto conhece Máicol (Emiliano D’Ávila) e vai conhecendo um e outro até chegar na Quadra para conhecer Dona Jô e aí tem uma história toda até o final.

Formando uma dupla hilária com Ferdinando, Tereza é a famosa personagem de Cacau Protásio. O talento da atriz foi revelado na novela “Avenida Brasil” em 2012 e logo em seguida ganhou o papel de Terezinha na série “Vai Que Cola”. Nos cinemas, teve destaque em “Os Farofeiros”, “Sai de Baixo: O Filme” e nesta sequência de “Vai Que Cola: O Filme” sua personagem tem ainda mais importância.

Marcus Majella (Ferdinando) e Cacau Protásio (Terezinha)

Cinema Com Rapadura: Como está seu personagem no novo filme?

Cacau Protásio: Meu papel é um personagem que todo mundo já conhece, escandalosa, feliz, contente. Só que dessa vez todo mundo vai conhecer a Tereza com o marido dela, com o homem da vida dela, que mesmo depois de morto faz ela muito feliz. Cada dia que passa a Terezinha é a pessoa mais feliz da Terra. Pode acontecer o que acontecer, mas ela está sempre feliz e satisfeita com tudo.

CCR: Esse lado alegre da personagem fala com sua pessoa na vida real. O que te motiva a deixar essa inspiração tão positiva?

Cacau: É um aprendizado. Eu aprendi que a gente escolhe. Quando a gente acorda, abre o olho de manhã, ou escolhe ser feliz ou escolhe ser triste. Então às vezes por melhor ou pior que esteja a vida, você tem que escolher. Eu escolho todo dia ser feliz, acordar feliz, estar feliz da vida. É o que escolho. Às vezes a gente passa alguns momentos difíceis na vida, mas acho que a gente tem que escolher ser feliz.

CCR: E sobre o filme, você tem algo mais para compartilhar com o público do Rapadura?

Cacau: É sair correndo de casa. Estreou “Vai Que Cola”, vai assistir. É risada garantida e as pessoas vão ver realmente de onde a gente veio, quem a gente é, como e por que se formou essa família.

Para fechar o dia, conversamos com o responsável artístico pela obra, o diretor César Rodrigues. Com mais de 20 anos de carreira em séries de TV, Cesinha (como é conhecido) também dirigiu uma das maiores bilheterias do cinema nacional, “Minha Mãe é Uma Peça 2: O Filme”, além da primeira adaptação “Vai Que Cola: O Filme”.

César Rodrigues (diretor)

Cinema Com Rapadura: Conte-nos um pouco sobre sua longa relação com “Vai Que Cola”.

César Rodrigues: Sou diretor do “Vai Que Cola” desde a primeira temporada e ajudei a criar e conceituar essa série. São sete temporadas de sucesso e a gente está de novo aqui desenvolvendo e se envolvendo com o novo filme, que é o “Vai Que Cola 2”. Dessa vez uma aventura que começa antes da origem da pensão, quando todos os personagens começam a se encontrar, a se enamorar, para identificar a possibilidade de criar uma pensão onde todo mundo vai viver junto. Essa é a base para a história que a gente está contando.

CCR: Sobre seus personagens, eles são arquétipos. E por trás deles há certos valores, como a busca pelo dinheiro fácil e a identificação do grupo como uma família, que são temas que permeiam as histórias. O que você acha que o “Vai Que Cola” traz como reflexo da sociedade brasileira?

César: Acho que é essa identidade da família mesmo. A Dona Jô responde por essa parte real dessa alegoria, ela é a verdade disso. Ela é o coração, o centro. Então quando ela conecta a verdade, toda essa alegoria em torno dela acaba correspondendo a um sentimento que todo mundo se identifica. Todo mundo conhece alguém parecido com o Ferdinando, alguém parecido com a Jéssica (Samantha Schmütz), alguém parecido com o Máicol. Então a gente está falando de relações que são afetivas e amorosas. Eu acho que o sucesso do “Vai Que Cola” passa muito por esse afeto, que ninguém fala, mas acho que ele é que enobrece a nossa obra. O tempo inteiro eu chamo a atenção deles para isso: a gente está brincando, mas os sentimentos são verdadeiros. As relações são absolutamente críveis. O que eles fazem no meio desse caminho é a brincadeira, mas quando eles se encontram é a verdade – o amor de mãe para filho, o carinho com o namorado, o encontro com a comadre que a gente gosta. E aí tudo isso vai identificando a relação que acho que o brasileiro mais ama que é se perceber em família fazendo alguma coisa. Acho que é a cara do Brasil e o programa fala com esse Brasil da identidade, que senta e vê televisão junto ainda, que senta à mesa junto ainda. Existe esse Brasil que senta à mesa, brinca um com o outro, que sacaneia. Em casa o politicamente correto vai ficando mais livre. A gente é racional cada vez mais quando sai na rua, mas quando a gente está em casa é quando a gente realmente ainda se vê e percebe se ainda tem preconceito. Algumas coisas que a gente vai velando na rua, em casa a gente solta. Acho que a gente está falando aqui com o que a gente vê em casa. O programa fala muito com o dia a dia das pessoas.

CCR: E o que você gostaria que o público esperasse dessa nova história?

César: Olha, eu espero que o público veja o que sempre viu: irreverência, alegria, improvisação com qualidade, improvisação criativa – que é o que o programa sempre se identificou e o que o público mais curte, quando eles (os atores) são donos da situação. Nesse sentido, meu objetivo é continuar falando diretamente com o público do programa, que tem uma relação direta com os eles (os personagens), torce por eles, se envolve com eles. Posso garantir que a gente está falando aquilo que as pessoas sempre esperam do programa.

“Vai Que Cola 2 – O Começo” tem lançamento previsto para 12 de setembro de 2019 nos cinemas de todo o Brasil. Veja o trailer:

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William Sousa
@williamsousa

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