Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 13 de junho de 2005

Casa de Cera, A

Apesar da nova safra de filmes de terror estar sendo ótima, esse "A Casa de Cera" é vai de encontro a maré e se configura como um longa mediano. Apesar de ter uma boa direção de arte, ele não consegue sair do patamar mediano.

Estava indo tudo muito bem, parecia um sonho! “Jogos Mortais”, “Massacre da Serra Elétrica”, “Madrugada dos Mortos” e a paródia “Todo Mundo Quase Morto” provaram que dá sim para fazerem filmes de terror/suspense/horror/gore/trash competentes. Assim, quando fiquei sabendo desse projeto da refilmagem de “Museu de Cera”, que, por sua vez, é uma refilmagem de “Os Crimes do Museu”, fiquei um tanto quanto esperançoso. E o que dizer quando descobri que a censura do filme aqui no Brasil seria `Impróprio para Menores de 18 anos`? Soltei fogos de alegria, afinal, quanto mais violência, sexo e sangüinolência em filmes desse tipo, melhor!

Infelizmente “A Casa de Cera” é infinitamente inferior aos filmes citados no início do parágrafo acima. O filme não tem porquê ser impróprio para menores de 18, já que nada é tão violento como em “O Massacre da Serra Elétrica” ou “Madrugada dos Mortos”.

A história é sobre um grupo de jovens (sim, pra variar os jovens à procura de sexo, drogas e rock’n roll, agora substituído por `rap`, estão presentes) que viajam com o intuito de assistir a um jogo de futebol americano. No caminho eles descobrem que existe um atalho por uma pequena cidade e que podem chegar bem mais cedo no jogo. Sendo que o pequeno problema é que essa cidade é totalmente habitada por bonecos de cera. Então dá pra perceber a morbidez que paira nela: imagine você vendo `pessoas` feitas de cera, com aquele olhar de “O que você está fazendo aqui?” pra você.

O elenco é todo feito por jovens cuja principal atração para os tablóides mundiais é a presença de Paris Hilton, a saborisíssima herdeira da rede de hotéis Hilton. Paris, por sinal, comercializou camisas com a frase: "On May 6th, Watch Paris Die" (traduzindo, "em 6 de maio, assista Paris morrer"). Essa data é a de estréia do longa nos EUA (interessante essa campanha feita para o filme, já que ela é a principal atração do longa).

O diretor Jaume Collet-Serra acertou ao optar por contar uma história bizarra, com os já característicos personagens bizarros. Também pudera, aqui não vemos um simples serial-killer com algum trauma de infância, querendo matar o garoto e a garota mais popular da escola e sim, dois loucos varridos que tem a tarefa (cumprida com uma certa competência, diga-se de passagem) de transformar todos que aparecerem pela frente em bonecos de cera (!). Assim como Leatherface, os vilões desse filme se mostram altamente perturbados e com um certo nível de sadismo. Ou seja, achei eles `du caralho!`.

Algo que sobressaiu muitos dos outros aspectos técnicos foi a direção de arte. A Casa de Cera é muito convincente. No final, quando acontece algo que não convém contar, ela se mostra altamente real e interessante. Embora com poucos sustos, o filme se encaixa mais por ter essa temática um tanto quanto pesada, afinal o impacto visual de você ver uma pessoa feita de cera, que meche apenas os olhos quando você passa, é grande.

No mais, considero o filme interessante, mas bem inferior a outras produções feitas nos mesmo moldes. Assista sem esperar sustos e sim, imagens que você pensa `Caramba! Que homem louco!`, e irá gostar.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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