Assisti ao filme 'De-Lovely – Vida e Amores de Cole Porter ' no Espaço Unibanco, ontem à noite. Sabendo que o filme estava em cartaz ali no Dragão do Mar, já pode-se concluir de que tipo ou estilo deve se tratar. Afinal, o Espaço Unibanco não veicula enlatados hollywoodianos com freqüência, certo? Pois bem. Aqui vai o que eu achei dessa película, que estrela Kevin Kline, como Cole Porter, e Ashley Judd, como sua esposa Linda Lee Porter.

O filme é uma biografia musical da vida de um dos maiores compositores do séc.XX, Cole Porter, que procura mostrar o lado mais problemático da sua vida, com os excessos e os problemas conjugais com Linda, através de um flash-back feito pelo músico, onde as pessoas que participaram de sua vida transformam-se em personagens.

A trilha está maravilhosa. Quem gosta de música daquela época, vai adorar! O sucesso 'Night and Day' ficou muito bem regravado! Assim como 'It´s De-Lovely' e 'In the still of the night'. Outras músicas improvisadas também estão bem agradáveis. Acho que o fato de eu ser apaixonada por piano influenciou um pouco! Ah! Outra coisa que tinha no filme, e em demasia, era os cigarros! Nossa! Quem será que patrocinou aquilo, hein?

Agora, o que achei intrigante no filme foi o seguinte: ele não prendeu minha atenção. Ele chamou a minha atenção justamente por não ter me prendido a fato algum! Não achei um filme ruim. Achei apenas pouco envolvente, com um certo ar de superficialidade e rapidez. São diversos fatos que passam, mas nenhum é bem explorado. Tem o caso homossexual e os excessos em busca de adrenalina de Porter, a queda na qualidade das músicas de Cole propositadamente para agradar a Hollywood, a doença de Linda, a morte do filho de um caso próximo, a perda do bebê do casal Porter… Na verdade, chegando na metade do filme, a história se foca no acidente que Porter sofre em uma queda de cavalo e na dedicação que Linda demonstra ter mais ainda pelo seu companheiro, apesar de tudo.

O que fica claro é que ele não supera a morte da mulher e amputa a perna machucada, como forma de mostrar que desistiu de sua inspiração pela música. 'Triste, sozinho e melancólico', é assim que o próprio Cole se descreve na última fase de sua vida. Quem antes havia inspirado tantas pessoas, acaba por perder sua essência e sua inspiração.

Vale a pena assistir pelas músicas e para conhecer melhor a vida desse compositor. Apenas não esperem um drama envolvente.