Cinema com Rapadura

OPINIÃO   terça-feira, 11 de abril de 2006

Dizem Por Aí

Fazendo referência ao clássico “A Primeira Noite de um Homem”, “Dizem por aí” trás um filme cheio de humor, drama e romance, que fica por conta de Jennifer Aniston, Kevin Costner e Shirley MacLaine.

Sarah Huttinger (Jennifer Aniston) é uma jornalista que está indo passar o fim de semana em Passadena, sua cidade natal, com a família para o casamento de Annie (Mena Suvari), sua irmã mais nova. Durante a viagem, seu namorado Jeff (Mark Ruffalo) tenta acalmá-la, já que sempre que está indo se encontrar com os parentes começa a ter crises de nervos. O motivo? Ela está sempre com a sensação de estar na família errada.

Seu aparente consolo ao chegar em Passadena é encontrar sua moderníssima avó, Katharine Richelieu (Shirley MacLaine), com quem passa a ter conversas em torno do casamento. Sarah está sempre inquieta e incomodada. Noiva há poucos dias, não sabe se deve casar ou não. Além disso, a sensação de estar perdida sempre a acompanha. Pelo menos, até o dia em que começa a descobrir certas histórias sobre sua falecida mãe, Jocelyn Richelieu.

É aí que começa toda a confusão. Beau Burrows (Kevin Costner) é o suposto garanhão da história. Algo tipo um Benjamim, Braddock, do filme “The Graduate”… Ele teve um caso tanto com a avó como com a mãe de Sarah, e ao ir descobrindo a história de sua mãe através de sua avó e sua tia Mitsy, ela acaba chegando ao próprio Beau Burrows. Será que ela continua a tradição? Isso aí você confere no filme!

A história é um tanto engraçada, com alguns momentos dramáticos. Fala sobre busca, aventura, compromissos, decisões que mudam toda uma vida… É um filme muito bom para descontrair, dispensando as comédia vazias. E para mim, só por ter citado “A Primeira Noite de um Homem”, já levou pontos. Se você não conferiu esse clássico, corra! Dustin Hoffman novinho! Imperdível!

Por sinal, teve gente que não gostou de o clássico relacionado a esse filme. Acredito que a intenção não foi ruim. O filme não foi usado de forma pejorativa e até que caiu bem no desenrolar de “Dizem Por Aí”. Agora o que me fez pensar foi o linear entre os dois. “The Graduate” também tem drama, romance e comédia. Mas quando assisti ao filme, sempre tinha a sensação de que ele não queria dizer só aquilo que estava explícito nos diálogos e cenas. Ele tinha detalhes, subjetividade, uma espécie de crítica. O final exemplifica muito bem isso: os dois pombinhos fugindo com uma cara de “E agora?”, típica sensação dos jovens daquela época. Já “Dizem Por Aí” é o que realmente é. Obviamente, você pode tirar interpretações diversas e até profundas, mas não acredito que essa tenha sido a intenção primordial da produção. Esse tipo de mudança faz parte do cinema americano contemporâneo, quem sabe… Pense menos e ria mais até chegar no final óbvio.

Enfim, “Dizem por Aí” é uma boa pedida se você procura um pouco de romance, um pouco de comédia e um pouco de drama, sem grandes ambições. É a nova onda, desde “Tudo em Família”. Divirtam-se, principalmente com a rebelde vovó e o sempre charmoso Kevin Costner.

Maíra Suspiro
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