Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 28 de março de 2005

Eu, Robô

Eu, Robô é uma soma de boas atuações (Will Smith), boa direção (Alex Proyas) e um ótimo roteiro (baseado em obra de Isaac Asimov).

Com efeitos especiais de última geração, "Eu, Robô" segue a mesma risca de "Matrix", mostrando uma possível dominação mundial por conta das máquinas. O filme na verdade é baseado na clássica coleção de contos de Isaac Asimov, e foi levado às grandes telas pelo dinâmico diretor Alex Proyas (O Corvo).

O filme se passa em 2035 na cidade de Chicago, o mundo tem robôs como eletrodomésticos em suas casas, e todos confiam neles, com a exceção do Detetive Del Spooner (Will Smith) que investiga um crime e suspeita que tenha sido cometido por um robô. Prosseguindo com sua investigação, Spooner acaba descobrindo uma terrível ameaça à humanidade quando uma nova leva de robôs, ainda melhores que os que já existiam está pra ser lançada.

Will Smith interpreta o Detetive Del Spooner de maneira adequada, fugindo um pouco do costume de "tira engraçadinho". Dessa vez ele encarna um policial durão, bastante eloqüente, com um passado secreto e que faz piadinhas com tom arrogante. Smith atua nesse tipo de papel de forma clara e, sem sombra de dúvidas, como se fosse feito especialmente para ele. Bridget Moynahan que vive a "psiquiatra de robôs" Susan Calvin, mostra ser uma grande revelação, apesar de já ter atuado em "O Novato" e "Showbar". Bridget também já atuou no papel de uma doutora em "A Soma de Todos os Medos". Chi McBride que interpreta o chefe e amigo de Spooner John Bergin, doa seu ar de homem rígido e pacífico ao filme. Contamos também com a presença de dois nomes bastante famosos por papéis coadjuvantes, James Cromwell (À Espera de um Milagre, Impacto Profundo) que atua como o Dr. Alfred Lanning, criador dos robôs, e Bruce Greenwood (O Núcleo, Viagem ao Centro da Terra) como o dono das empresas "United States Robotics (USR)", que fabrica os robôs.

A adaptação foi dirigida por Alex Proyas de forma sublime, conseguindo transmitir uma real natureza humana do futuro, tanto a evolução da tecnologia quanto o relacionamento entre humanos e a possível existência dos robôs. O filme parece mais a tecnologia do futuro no mundo de hoje, nada de exageros nas roupas e nem no modo de agir. As cenas de ação são constantes no filme, mas Alex faz as cenas investigativas serem mais interessantes, nos deixando grudados na tela para saber o que finalmente irá acontecer e os segredos que existem para serem desvendados.

O Roteiro foi devidamente baseado na obra de Asimov, o qual costumam elogiar por suas grandes histórias de ficção científica e por ser um dos pioneiros na questão da robótica. Asimov mudou o conceito de robôs "monstros" e atribuiu certas regras para eles, tornando-os mais humanos e reais. Tais regras (ou leis) também foram atribuídas ao filme. Todos os robôs criados seguem essas leis para não haver conflito entre as raças. Jeff Vintar e Akiva Goldsman, os roteiristas, adaptaram os contos de forma objetiva, trazendo o misto de mistério e ficção que só Asimov consegue criar.

Bruno Sales
@rmontanare

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