Cinema com Rapadura

OPINIÃO   quinta-feira, 03 de novembro de 2005

Intocáveis, Os

Esse é um filme que mostra bem toda a máfia daquela época, e a história (real) de um grupo de policias que fizeram de tudo para acabar com toda a bandalheira, toda a sujeira que ela [a máfia] trazia.

Muita gente nem se lembra mais de Brian De Palma.
Na atualidade, ele é apenas um nome que, quando citado, traz alguma lembrança à cabeça, tipo "eu já ouvi esse nome antes". Só que muitas pessoas não se lembram que ele, De Palma, já foi (e na minha opnião ainda é) um grande diretor. Mas o certo que ele sumiu do foco da mídia, e que os seus últimos projetos não tem sido boas escolhas (vide Femme Fatale, 2002; Missão Marte, 2000). Mas, na década de 80, De Palma era um dos diretores renomados de Hollywood. Fez grandes filmes, entre eles "Scarface", de 1983, com Al Pacino no papel-título. Mas, o filme do diretor que mais agradou o público e a crítica foi o que eu estou comentando hoje: "Os Intocáveis".
O filme, realizado em 1986, conta com um elenco de primeira e uma história excelente. Nele, vemos juntos Kevin Costner, Sean Connery, Andy Garcia e Robert DeNiro.

O filme se passa em 1930, época em que os Estados Unidos (e o mundo, diga-se de passagem) estava em crise. E em Chicago não era diferente. Só que um gangster, chamado Al Capone (DeNiro) comandava toda a região, vendendo bebida em plena Lei Seca (onde era proibida a venda de bebidas) e enriquecendo com contrabando. Para tentar capturá-lo, chega Elliot Ness (Costner), um investigador do Tesouro Nacional. Ainda desacostumado ao ritmo da cidade e ao submundo do crime, o que inclui suborno de policiais, Ness tem uma tentativa frustrada de apreensão de bebidas. Em meio ao fracasso, conhece um policial de rua, de nome Jim Malone (Connery), que impressiona ao agente. No dia seguinte, ele resolve convocar Malone para juntar-se a ele no combate a máfia. Jim aceita, chama um novato policial (Garcia) e o agente-contador da polícia (Charles Martin Smith) e juntos formam um time de policiais incorruptíveis, chamados pela imprensa de Os Intocáveis, para combater o submundo da cidade de Chicago e acabar com o império de Al Capone.

"Os Intocáveis" tem uma trilha sonora impecável, feita pelo velho Ennio Morricone, que ajuda a elevar o filme. E as atuações estão ótimas, de todo o elenco, em especial a de Sean Connery, como o policial de rua que ensina Elliot Ness a combater o crime organizado de Capone, e a de Robert DeNiro, como o chefe das operações ilegais na cidade, Al Capone.

A recriação de Chicago dos anos 30 é praticamente perfeita, e os figurinos, impecáveis. A impressão que tive ao ver esse filme é de extrema habilidade de Brian De Palma de retratar a época, o jeito das pessoas e toda a violência que o mundo dos gângsters tinha. E utiliza cenas extremamente bem ensaiadas e bem produzidas, como a da interceptação de contrabando na ponte EUA-Canadá, com a ajuda da Polícia Montada. E toda essa recriação, toda esse projeto de levar às telas um pouco da história dos gângsters na década de 30 foi recompensado. O filme obteve o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Sean Connery (a unica indicação de sua carreira), e mais três indicações ao prêmio (Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora Original), mais o Globo de Ouro de Coadjuvante para Connery e indicação para Trilha Sonora Original para Ennio Morricone.

Enfim, esse é um filme que mostra bem toda a máfia daquela época, e a história (real) de um grupo de policias que fizeram de tudo para acabar com toda a bandalheira, toda a sujeira que ela [a máfia] trazia. E é bom de se ver também para se lembrar do talento de um diretor que vem sido esquecido nos últimos anos. Um diretor de grandes filmes, desprezado pela Academia. Um diretor de no mínimo dois clássicos. Um diretor chamado Brian De Palma.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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