Cinema com Rapadura

OPINIÃO   sábado, 21 de janeiro de 2006

Nanny McPhee – A Babá Encantada

“Nanny McPhee” deve animar os mais novos e é uma ótima opção para as férias da criançada, mas não se iludam, papais e mamães que são acostumados a verem bons filmes, somente seus filhos vão sair felizes do cinema.

A estória é baseada na série de livros "Nurse Matilda", de Christianna Brand. O filme foi roteirizado por Emma Thompson, a mesma que faz a personagem da tal babá encantada no filme. Não se engane quanto a capacidade da ótima atriz com as letras, pois ela participou também da roteirização de “Orgulho e Preconceito”, estrelado por Keira Knightley, que está recebendo muitos elogios por aí afora.

Com uma sinopse muito simples, o filme claramente foi feito para a criançada. Nada de um filme que, mesmo infantil, consiga divertir todas as idades. Nele um conjunto de sete filhos dá um trabalho imenso para um pai dedicado. Cedric Brown, interpretado por Colin Firth, de “Simplesmente Amor”, têm, além dos afazeres de seu emprego, que se preocupar com essas terríveis crianças. Elas, de forma alguma, aceitam algum tipo de empregada e a cada tentativa de seu pai ao por alguma, facilmente ela é expulsa pelo grupinho. Na verdade, a garotada é assim, pois não aceita que outra pessoa tenha o papel da falecida mãe. Sem querer saber de conversa a vilã da história, interpretada por Angela Lansbury, quer que Cedric case-se novamente para por um jeito nas crianças, caso contrário, toda a sua custeada terá um fim. Afinal, com uma enorme casa e tantos filhos, Cedric não consegue arcar com tudo sozinho.

Podemos ver claramente algumas semelhanças com o filme “Mary Poppins”, de 1964, que estrelou Julie Andrews (a mesma que fez “A Noviça Rebelde”). Mas não tão claras assim. Somente na idéia geral. Dessa vez quem está sendo estrelada é Emma Thompson, que, por incrível que pareça, não teve sua beleza explorada, pois na personagem Nanny McPhee – a babá com trejeitos de má que na verdade estava dando educação aos filhos de Cedric – ela teve de se apresentar com maquiagem e algumas verrugas expostas, no melhor estilo de bruxa da velha guarda. A atriz faz uma interpretação muito boa, por sinal, e encarna o espírito da personagem, fazendo os pequeninos expectadores pensarem que ela é má, quando na verdade nem é.

Colin Firth, que dividiu elenco com Emma em “Simplesmente Amor” (é, aquele filme que tem o Rodrigo Santoro), também fez sua parte. O papel dele, comparado com os que ele já fez outras vezes, é deveras simples e de forma alguma ele se atrapalha. Sinceramente, a interpretação no filme é o de menos, afinal, como já dito anteriormente, foi feito pra criançada e esse tipo de público não está nem um pouco aí para isso.

O que pode anima-los, além lógico da historinha bonitinha, são as cenas engraçadas da bagunça da criançada e a trilha sonora. Inclusive, a segunda está muito bem. Alternando entre músicas alegres e tristes quando solicitado e com um estilo bem infantil, mas muito bem vindo, ela faz mais do que sua parte.

Por trás de toda as brincadeiras e etc, o filme passa de fato uma “mensagem”. Como se fosse uma lição para os filhos mal-educados ou que só pensam em fazer bagunça. Para aqueles garotinhos mais esclarecidos e que sentirem de fato o espírito do filme, muitas lições são passadas. Lições essas que, se todas crianças seguissem, as vidas dos pais seriam bem menos cansativas. Mas, convenhamos, menino que está bem é aquele que está aprontando alguma coisa. Por isso, vamos deixar a criançada em paz, fazendo algazarra e tudo que tem direito, entretanto, logicamente, com limites.

Apesar de muitos clichês o público-alvo não se sentirá desanimado por isso, afinal, como o filme se apresenta muito bem para os olhos infantis, ele não deixa de ser uma ótima pedida para a diversão dos donos desses olhos quando forem ao shopping ou até mesmo quando estiverem aperreando seus pais por um passeio. De resto, o filme mantém uma linearidade e agradará os pequeninos do começo ao fim.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

Compartilhe

Saiba mais sobre