Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Sogra, A

Uma comédia, um bom passatempo. Assim defino o novo filme estrelado por Jennifer Lopez, Jane Fonda e Michael Vartan. Dirigido por Robert Luketic (Legalmente Loira), “A Sogra” trouxe depois de quinze anos fora das telonas, Jane Fonda, que merece todo crédito pelas boas risadas do filme.

O filme conta a história de Charlotte “Charlie”, interpretada pela pop star Jennifer Lopez. Uma jovem romântica que sonhava encontrar seu príncipe encantado. Não tinha uma profissão certa e fazia várias coisas como ser babá de cachorros. Era a típica trabalhadora temporária. Em um desses dias lindos de sol, enquanto ela levava os cachorros para passear, viu o homem de seus sonhos diante de seus olhos, correndo na praia, lindo e perfeito. Sua realidade era de uma jovem solitária que transmitia na arte sua maneira muito sensível de ser, por isso, a busca pelo seu príncipe, que estava na pele do famoso médico Kevin Fields (Michael Vartan, da série Alias). Viola, mãe de Kevin, era uma famosa jornalista que apresentava um programa no qual entrevistava as celebridades do mundo todo. Foi casada quatro vezes, mas estava tranqüila. Contudo, possuía uma relação possessiva e egoísta com seu filho. Sofre um surto neurótico depois de ser substituída por uma jornalista mais jovem e em seu último programa tenta enforcar a cantora Tanya Murphy (uma espécie de cover da Britney Spears) durante uma entrevista. Com a crise neurótica depois de haver perdido seu trabalho, Viola encontra em seu filho, a única razão de viver e vai atormentar a vida de Charlie para que a garota se afaste de vez dele.

A comédia é garantida pela excelente performance de Jane Fonda, que além de ser uma maravilhosa atriz, continua linda apesar de todos esses anos, com um corpo impecável e um charme como poucos. O roteiro é limitado e não desenvolve questões que aparentemente são sugeridas no começo da história, como o fato de Charlie ser uma boa desenhista – algo que ficou completamente no ar e não sei onde foi parar no decorrer da história. Claro, clichês são típicos desse tipo de filme, e o final, é como o esperado por todos. A interpretação de Jennifer – mais uma vez – não sai do lugar e acaba sendo como sempre, uma mulher linda, mas que interpreta como se fosse uma adolescente ainda com seus 15 anos de idade. Um que entra mudo e sai calado, para dizer que teve uma atuação na qual só passou de alguns “oi” e olhares meio que inexpressivos, foi o galã do filme, Michael Vartan. Realmente ele é muito bonito e foi escolhido pela própria Jennifer para ser o seu par romântico. Mas não passa disso.

Cheio de cenas óbvias e comuns presentes neste gênero de filme, “A Sogra”, surpreende pelas cenas muito engraçadas, cuja responsabilidade de fazer as risadas saírem de nossas bocas, ficam por conta de Jane Fonda e sua assistente Ruby (Wanda Sykes). Depois de quinze anos longe das atuações cinematográficas dedicando-se a prestação de serviços à comunidade, em campanhas contra a gravidez na adolescência, Jane volta brilhantemente e deixa bem claro o seu talento como atriz. Num papel de coadjuvante, ela rouba a cena por completo da estrela de Jennifer Lopez e deixa a atriz e cantora quase que esquecida no filme. Uma coisa é fazer cenas clichês, outra coisa é deixar alguém tão competente como Jane fazê-los. A química entre as atrizes Fonda e Sykes foi excelente, tornando o filme bem divertido.

Interessante observar que o filme não utiliza diálogos idiotas, típicos das comédias americanas. Ainda bem que existem boas safras de diretores que utiliza muito mais a interpretação do ator para as cenas cômicas do que as piadas nojentas de bundões, peitões e um monte de palavrões desnecessário que se mostram de puro mau gosto e sem graça. Uma curiosidade sobre a produção é que o roteiro escrito por Anya Kochoff foi basicamente uma observação feita pelas conversas que tinha com suas namoradas a respeito de sua própria mãe.

O filme atinge a finalidade a que se propõem. Não espere encontrar coisas maravilhosas e nem uma bela história de amor. É uma “sessão da tarde” básica e sem acréscimos ao gênero de comédia. Aliás, o único acréscimo que existe é ver Jane atuando e de forma tão divertida. Entretanto, uma boa companhia, um saquinho de pipoca e “A Sogra” vão te garantir um bom divertimento e boas risadas.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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