Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Tudo em Família

Admito que fui conferir o filme esperando um “Entrando Numa Fria” com alvo feminino, mas “Tudo em Família” me surpreendeu, mostrando ser um filme divertido e com bons pontos de reflexão.

Desde o princípio quis conferir o longa. Não sabia a sinopse, mas sabia que trazia a Sarah Jéssica Parker, minha musa “Sex and the City”. Fiquei curiosa para vê-la em outro papel e em outra forma diferente da de seriados televisivos. Quando li a sinopse, pensei: será que ela vai dar uma de Ben Stiller na versão afeminada? Felizmente, não.

O plano de fundo tem suas coincidências: novo parceiro amoroso viaja para a casa dos pais do conjugue para conhecer toda família. Como de praxe, tem sempre o simpático, a malvada, o conciliador e por aí vai. Mas “Tudo em Família” não deixou tudo em comédia. Tem romance, drama e boas risadas. Fica até a dúvida de como devemos classificar o filme, como já disse um amigo meu: comédia dramática? drama cômico? romance engraçado? O que quer que seja, eu gostei.

Meredith Morton (Sarah Jéssica Parker) é uma bem sucedida empresária, conservadora e contida que viaja a Bedford para cear com a família de Everett Stone, seu namorado. Acontece que os Stone mostraram ser uma família bastante unida, descolada e espontânea, características estranhas para a seríssima Meredith.

A partir daí, uma série de fatos desenrolam-se. Até a irmã de Meredith, Julie (Claire Danes), corre até a cidadezinha para acudir a irmã. E aí que tem mudanças mesmo! Romances são descobertos, segredos vêm à tona, piadas causam polêmica.

É um filme que nos lembra de que todas as situações da vida podem ser encaradas de uma forma mais positiva. Que nos lembra de sermos autênticos e livres, agradando aos outros com o nosso próprio jeito de ser. Soa tão agradável que dá vontade de fazer parte do ninho dos Stone.

Obviamente, rolam clichês e você acaba prevendo certas cenas. Mas elas podem ser reaproveitadas no contexto e servirem de argumento para o estilo de convivência em família proposto ali. Também não vamos ser tão duros assim. Ninguém é tão sério assim… Nem a Meredith!

A dinâmica da história e a interação entre os personagens podem ser percebidos em pequenos detalhes, não necessariamente por palavras. Caras e bocas entre pai e filho. Costumes de usar anéis de determinada maneira pela mãe e pela filha. O desenrolar de conversas difíceis e fáceis. Tudo discretamente colocado.

Tudo em família. Entre pessoas de confiança e que se gostam, os diferenças deixam de ser problemas e tornam-se pequenos tesouros. Descobrir-se a si mesmo e valorizar isso. “Tudo em Família” pode ser apenas uma comédia para distração, mas se você se esforçar um pouco, poderá conferir bem mais. Aproveite como preferir.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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