Curta-metragem sobre o trabalho de John Shepherd é uma prova de que é possível contar uma história de forma sucinta e apaixonante sobre a vida, o universo e tudo mais.
“O que é mais assustador? A ideia de extraterrestres em mundos estranhos, ou o conceito de que, em todo este imenso universo, nós estamos sozinhos?”. A frase do cientista Carl Sagan é de se fazer pensar, afinal, essa busca pelo desconhecido move o ser humano desde o início das eras. “John à Procura de Aliens”, novo documentário em formato de curta-metragem da Netflix, mostra a história de um homem que vive com um objetivo: ter um contato com uma vida extraterrestre.
Dirigida e editada por Matthew Killip, a obra de apenas 16 minutos conta a história de John Shepherd, que durante 30 anos construiu um laboratório no portão da casa dos seus avós, na área rural do Michigan, nos Estados Unidos. Para tentar conseguir o contato, ele transmite músicas de diversos ritmos para o espaço. Para ele, a música representa um idioma universal e assim foi criada uma espécie de rádio em que John seleciona os melhores hits, para quem estiver no espaço ouvir e conhecer a cultura da Terra. E é exatamente no terceiro ato, quando é apresentada a sua vida atual, que ocorre um lindo plot twist e a história muda de perspectiva.
O diretor mistura imagens de arquivo com depoimentos atuais sobre o cotidiano do homem, que somadas a uma trilha sonora recheada de elementos de ficção científica, ajudam a construir a imagem do protagonista. Ele viveu sozinho em busca do desconhecido e esse propósito o ajudou a entender outro ponto muito importante: a necessidade de se construir conexões humanas. Novamente, recorrendo a Sagan, “A ausência de evidências não é evidência de ausência”. Seu trabalho de uma vida pode não ter descobertas concretas, mas isso nunca acabou com a sua curiosidade.
“John à Procura de Aliens” tem a sensibilidade necessária para os dias de hoje e passa uma mensagem linda. Nada é mais impactante do que entender o seu tamanho perante o universo. Porém, esse entendimento também pode ajudar a fazer aquele seu problema gigante ter um tamanho menor do que um grão de areia. Afinal, como um grande cientista já disse por aí: “Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço”.
