Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Star Wars – Forces of Destiny (2017-2018): o valor do mundano

Animação lançada oficialmente no YouTube permeia momentos corriqueiros de várias heroínas da saga, ilustrando suas personalidades e preenchendo pequenas lacunas deste universo com situações divertidas e inspiradoras.

“As escolhas que fazemos. As ações que tomamos. Momentos, ambos grandes e pequenos, nos moldam em forças do destino”. Esta narração de Lupita Nyong’o como Maz Kanata é a abertura de todos os 32 episódios de “Star Wars: Forces of Destiny”, série em animação 2D lançada no canal oficial da Disney no YouTube nos anos de 2017 e 2018, sendo posteriormente transmitida também nos canais de TV da emissora.

Com a proposta simples de ter episódios de curtíssima duração (em média pouco mais de dois minutos cada), a série passeia por pequenos momentos onde personagens femininas importantes do lore de Star Wars tomam atitudes e decisões que variam entre corriqueiras e arriscadas em pontos cronologicamente díspares, fornecendo não só informações curiosas e divertidas sobre eventos canônicos, como também um vislumbre de suas personalidades, motivações e características psicológicas.

É possível assistir a série em qualquer ordem, já que os episódios são independentes entre si, e tudo é facilmente maratonável em cerca de duas horas. Ao ter essa abordagem, há histórias com personagens dos filmes, como Leia, Han Solo, Chewbacca, R2-D2, C-3PO, Luke, Maz Kanata, Yoda, Anakin, BB-8, Rose, Padmé e até Qi’ra (de “Solo: Uma História Star Wars”), como também das animações “The Clone Wars” e “Rebels”, ambas pertencentes ao cânone oficial. O fato de que vários dos atores original fizeram parte do projeto na dublagem só aumenta o sentimento de que ver esses pequenos momentos da saga preenchidos é delicioso para qualquer fã. Espere ouvir desde Tiya Sircar (Sabine Wren) e Ashley Eckstein (Ahsoka Tano) a Felicity Jones (Jyn Erso), John Boyega (Finn), Daisy Ridley (Rey) e o próprio Mark Hamill, num ótimo episódio como Luke.

A animação em 2D não é tão polida e fluida, ilustrando o nível de investimento para este tipo de projeto gratuito na internet, mas é a primeira nesse estilo desde a série “Clone Wars”, feita para o Cartoon Network em 2003. Mesmo despretensiosa, é imbuída de certo charme que convence o bastante. Sem contar que ver personagens de diferentes títulos interagindo é uma delícia, principalmente Hera Syndulla e Han Solo se dando leves cutucadas sobre qual nave é melhor, a Ghost ou a Millennium Falcon.

A série foi criada por Dave Filoni, Carrie Beck e Jennifer Muro. Filoni vem conquistando os fãs de Star Wars desde que co-criou a excelente animação “Rebels” e foi promovido a supervisor de animação da LucasFilm, sendo parte do time criativo da série “The Mandalorian”. Sua fama não é à toa, pois são obras que respeitam o lore e fortalecem as características dos personagens, fato que continua presente nesta série.

Uma série singela, mas divertida, “Star Wars: Forces of Destiny” investe nos pequenos momentos e decisões mundanas e ilustram como esses elementos e as personagens envolvidas tiveram importantes papéis na saga como um todo. São atitudes heroicas e corajosas, que levam o público a preencher lacunas com suficiente valor de entretenimento e conhecer um pouco mais sobre cada um dos envolvidos.

Bruno Passos
@passosnerds

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