Cinema com Rapadura

OPINIÃO   sábado, 05 de fevereiro de 2011

Santuário

Baseado na história real vivida por um dos escritores, o filme é literalmente de tirar o fôlego.

O novo filme produzido por James Cameron traz uma equipe de mergulhadores  de cavernas subaquáticas  decide embarcar em uma expedição perigosa para o maior, mais belo e menos acessível sistema de cavernas na Terra. O problema é que eles não esperavam que fosse acontecer ali uma verdadeira tempestade que transformaria a aventura deles em um verdadeiro suicídio. A vontade de desbravar novos lugares agora se tornaria uma verdadeira batalha pela sobrevivência em ambientes cada vez mais sufocantes.

A direção é assinada pelo ainda desconhecido Alister Grierson. No comando da obra, o diretor sabe aproveitar bem o que a trama tem para oferecer e resulta em cenas quase sempre fortes, bem exploradas e convincentes. Já o roteiro vem da parceria entre John Garvin e Andrew Wight, este último tem uma contribuição fundamental por ter participado da aventura real que serviu de inspiração para a mesma.

Algo interessante a ser ressaltado é que a película está sendo vendida como se fosse mais um filme de James Cameron aos moldes de “Titanic” e “Avatar” e aqui ele assume aqui um papel muito mais de produtor e colaborador. Algo que não retira o brilho próprio da obra repleta de acertos e boas surpresas. Em muitos momentos, o filme é voltado totalmente para a tecnologia 3D, que Cameron inovou com “Avatar”, mas sem sair do contexto da história.

O elenco é um tanto surpreendente. Sem grandes nomes, mas que no decorrer da história dão o espírito necessário ao longa. O líder do grupo Frank McGuire é feito brilhantemente por Richard Roxburgh. Ele mostra perfeitamente como é a vida de um aventureiro, suas ilusões e suas experiências de vida e principalmente a personalidade forte e necessária a um grande líder. Outros personagens marcantes são o filho de Frank, interpretado eficientemente por Rhys Wakefield. Outro grande personagem é Alice Parkinson, responsável por um dos principais momentos de angústia do filme ao ter que aprender a mergulhar em poucos minutos.

É notória a sua grande contribuição ao angustiante clima da obra, por meio da trilha sonora, seja nas horas de aflição pura, seja nas horas em que surge uma ligeira esperança. A edição, por sua vez, é bem econômica e colabora com as cenas pesadas e chocantes. Se o objetivo era esse, então ponto positivo.

A fotografia do filme é um espetáculo. O cenário e o clima são tão deslumbrantes que ela pôde ser trabalhada de forma variada e oportuna. Alguns planos abertos mostram a beleza natural do lugar, enquanto os fechados aumentam ainda mais a ideia de estar preso naquele local. Uma pessoa que tenha claustrofobia deve passar longe desta obra.

James Cameron acerta mais uma vez. “Santuário” é uma grande obra que sem dúvida vai dar o que falar, seja por seu clima sufocante que prende o espectador durante toda a obra, seja pela beleza visual principalmente da tecnologia 3D, que deixa as belas imagens ainda mais fantásticas. No sentido real da palavra, o filme é adrenalina pura. Recomendado.

___
Marcus Vinicius é crítico de cinema do CCR desde 2009. Produtor de comerciais de TV, também realiza projetos audiovisuais e eventos. Atualmente é concludente do curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Marcus Vinicius
@

Compartilhe

Saiba mais sobre