Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lua Nova

A continuação da saga "Crepúsculo" traz algumas novidades em relação ao primeiro longa. Dessa vez, além dos vampiros, o filme aborda também os lobisomens e suas características intimistas. Embora esses temas já tenham sido bastante explorados na telona, o novo olhar proposto pela franquia vale muito a pena ser conferido por sua ousadia que não deixa o filme cair no comum.

newmoon_07-405x600Bella (Kristen Stewart) está mais apaixonada do que nuca pelo vampiro galã Edward (Robert Pattinson). Ele, por sua vez, também está muito envolvido com a  moça. É lógico que algo tem que separar os dois e o motivo todo mundo está careca de saber, as diferenças. Até aí nada novo. Este é o típico filme que a sinopse não é nada atrativa, justamente pela grande quantidade de filmes que abordam o assunto. Entretanto, a forma como acontecem os fatos, a preocupação com o clima envolvente e, sobretudo, a consistência dos personagens principais fazem com que a obra surpreenda.

A direção de Chris Weitz (“A Bússola de Ouro”) é bem competente à medida que não cai nos principais erros das grandes produções, dosando muito bem a importância da história com a magia dos efeitos visuais. Nada passa do ponto. Isso surpreende principalmente os que não conhecem o livro, já que imaginam que a película siga a linha de filmes que fazem dos efeitos o seu principal argumento. Só o fato de valorizar a história e esquecer um pouco os grandes efeitos, pode ser considerado um louvável acerto.

Vale ressaltar o bom desempenho dos intérpretes de Bella e Edward, Kristen Stewart e Robert Pattinson. Ambos conseguem retratar de forma eficiente, a profundidade antes observada no livro. O que atrapalha um pouco o rendimento deste último é o fato de estar sempre com um tom de galã. Talvez isso sirva para animar as adolescentes que possivelmente terão seus sonhos perturbados pelo rapaz. No mais, eles conseguem transportar perfeitamente a química do livro para a telona. Merece destaque também Taylor Lautner, que impõe profundidade ao seu personagem e possui boa química com Bella.

A fotografia de “Lua Nova” chama a atenção pela coerência com o clima envolvente do longa. Tanto as cenas da floresta, como as cenas no violento mar estão de acordo com o tom escuro que é tão marcante na obra. É interessante ver a preocupação que tiveram em cada detalhe do longa. Quase todas as cenas em que Edward e Bella surgem juntos parecem que servirão para estampar a capa de mais alguma revista. Isso deve fazer a cabeça do público jovem.

Se até agora tudo está em boa harmonia, a trilha sonora não foge disso e mantém a sincronia mostrando bem o ambiente sensível e tocante da obra. Tudo bem que em alguns momentos o efeito é bem melodramático, mas nada que comprometa o perfeito estado mental do espectador. O que falar das cenas que mostram Bella pensando no seu grande amor ao som de alguma batida bem romântica. Tais cenas lembram muitos os seriados norte-americanos.

Os efeitos visuais não são exagerados, surgindo apenas quando necessários. Um desconhecedor da franquia pode até achar que houve uma economia nos gastos. Realmente, é surpreendente a linha condutora do filme não se perde em nenhum momento. Embora se perceba uma queda  do ritmo durante o desenvolvimento, é bom lembrar que isso é bem normal principalmente se considerarmos o tempo da obra, mais de duas horas. “Lua Nova” muito agrada, seja por sua linguagem, seja pelo clima envolvente, ou até pela eficiente fotografia. Tudo é muito bem pensado e executado. Uma boa surpresa para os não fãs.

Marcus Vinicius
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