A pandemia do novo coronavírus (COVID-19), ainda em curso, foi responsável pelo fechamento sem precedentes de salas de exibição em todo o mundo no ano de 2020. Consequentemente, a bilheteria global caiu 70% nesse período. De acordo com o Comscore (via THR), os EUA geraram cerca de US$ 2,3 bilhões em arrecadação. Nesse meio tempo, a China se tornou, pela primeira vez na história, o maior mercado mundial do cinema no ano passado, com uma renda total de US$ 2,7 bilhões.

Lidando com seu pior momento em 40 anos, a receita norte-americana enfrentou uma queda de 80% em comparação aos US$ 11,4 bilhões atingidos em 2019. Para se ter uma ideia, toda a bilheteria de 2020 é inferior à renda de uma única produção de 2019: “Vingadores: Ultimato”, que rendeu sozinho US$ 2,798 bilhões.

Os longas estadunidenses de maior arrecadação em 2020 foram “Bad Boys Para Sempre” (US$ 413 milhões) e “1917” ( US$ 385 milhões), ambos lançados no mês de janeiro. Já “Tenet” – o primeiro baluarte de Hollywood a enfrentar estreia na tela grande em meio à pandemia – chegou a estimados US$ 362 milhões em todo o mundo após o lançamento.

No caso da China, ainda que a bilheteria tenha sofrido queda de 70% em relação à arrecadação de cerca de US$ 9 bilhões em 2019, o mercado iniciou sua recuperação mais rapidamente do que os EUA e grande parte da Europa. Em um fato inédito, filmes nacionais controlaram o ranking. O épico chinês “The Eight Hundred”, por exemplo, liderou as bilheterias mundiais com quase US$ 440 milhões. Em tempos de não pandemia, os blockbusters hollywoodianos geralmente dominavam.

Considerando fatores como um forçado ajuste de contas para estúdios e expositores, a alteração da janela teatral outrora sacrossanta e o adiamento da estreia de diversas produções – com algumas sendo direcionadas para streaming -, estima-se que as vendas totais de ingressos em 2020 fiquem entre US$ 11,5 bilhões e US$ 12 bilhões, em comparação com os US$ 42,5 bilhões de 2019.

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