Inspirados pela atriz Emily Meade (“The Leftovers”), da série “The Deuce”, o canal de televisão HBO contratou a ex-atriz Alicia Rodis (da série “Over My Dead Body”) para ser a primeira coordenadora de intimidade da empresa, que atuará como uma pessoa que faz o intermédio entre atores, diretores, produtores e demais equipes nas gravações de cenas íntimas das produções. Rodis vai assegurar que todos consigam ter um ambiente de trabalho protegido e seguro. As informações são do /Film.

O canal de televisão já foi palco de algumas polêmicas envolvendo cenas de sexo em suas produções: a cena de estupro da Sansa Stark em “Game of Thrones”, no sexto episódio da quinta temporada, causou revolta em muitos espectadores, que a consideraram desnecessária; alguns atores de “Westworld” tiverem de assinar um termo de consentimento para as cenas de sexo que gravariam; o próprio seriado “The Deuce” também conta com o ator James Franco no elenco, sendo que já foi acusado de assédio sexual anteriormente.

A Rolling Stones relata que Meade, que interpreta Lori em “The Deuce”, conversou com os executivos da HBO e exigiu alguém para a acompanhar no set em cenas de sexo que a deixam desconfortável. Então, a rede contratou Rodis, sua primeira coordenadora de intimidade, para preencher esse papel. Ela fala com os diretores em nome dos atores, transmitindo preocupações sobre as cenas, que poderiam sair de outro jeito caso ninguém se manifestasse. O canal de televisão não a contratou somente para “The Deuce”, como também alterou sua política em todas as suas produções. Agora, qualquer obra que tenha cena de sexo terá um coordenador de intimidade no set.

A própria Rodis está supervisionando também o filme “Deadwood”, baseado no seriado de mesmo nome, e o programa de TV “Crashing”, além de treinar futuros coordenadores de intimidade. Sobre seu novo trabalho, Alicia Rodis comentou:

“Até eu não entendo como isso tem sido ignorado e por quanto tempo tem sido. Existe uma dinâmica de poder em sets, muita pressão, e às vezes como ator você engole o que é mandado fazer e só faz.”

Além disso, a ex-atriz tem um passado em cenas de luta e performances como dublê, que ela diz que vai usar em prática para que os atores deixem as cenas de sexo mais convincentes:

“Em cenas íntimas, desde beijo até sexo, virou clássico o diretor dizer ‘Vá até o ponto que você está confortável’. Mas se você não está dando alguém um mapa, uma saída, uma voz, apenas pedindo para os atores que rolem um sobre o outro, você está pedindo para seus atores fazerem trabalhos sexuais? Ou contar uma história com seus movimentos? Se o seu set não tiver um coordenador de intimidade, na melhor das hipóteses, você não está conseguindo contar sua história. Na pior das hipóteses, você tem dois atores se agredindo fisicamente.”

Um ano após os movimentos #TimesUp e #MeToo chegarem a Hollywood, pode ser difícil identificar mudanças concretas e específicas que as indústrias tenham feito para abordar algumas das preocupações desse movimento. A HBO dá o primeiro passo para que um padrão seja seguido em outras redes.

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