Apesar de ações, diversidade racial e de gênero dos diretores americanos não aumentou em 2017
Mesmo com um número maior de diretoras, a diversidade racial sofreu uma queda no ano.
Segundo estudos realizados pela Directors Guild of America (Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos), a diversidade racial e de gênero dos diretores de filmes produzidos nos Estados Unidos permaneceu baixa no ano de 2017.
Da amostragem de 175 filmes produzidos nos Estados Unidos em 2017, que arrecadaram uma bilheteria mínima de 250 mil dólares, apenas 22 foram dirigidos por mulheres. Durante o período de 5 anos analisado pela pesquisa, que terminou em 2017, o percentual de diretoras variou de um mínimo de 6%, a um máximo de 12%.
Em outra análise, da amostragem de 145 diretores de filmes produzidos no país no mesmo ano, e que também arrecadaram uma bilheteria mínima de 250 mil dólares, apenas 14 pertencem a alguma minoria étnica, em torno de 10% do total analisado. Esse resultado representa uma queda de três pontos percentuais em relação ao ano anterior e sete pontos percentuais em relação à alta de 17 % em 2013.
Segundo o presidente da DGA, Thomas Schlamme, os resultados da pesquisa são insatisfatórios. Apesar da impressão de maior diversidade no mercado cinematográfico, a mudança ainda está lenta e, muitas vezes, regredindo:
“É revoltante que mais uma vez vejamos a falta de oportunidades para mulheres e pessoas de cor dirigirem filmes de longa-metragem. O nosso novo estudo mostra que as práticas discriminatórias ainda estão desenfreadas em todos os cantos do negócio de cinema. […] A mudança está atrasada. A inclusão é uma luta pela qual estamos lutando com o setor há quatro décadas e tem sido uma batalha difícil para fazer com que mudem suas práticas de contratação. Em nossas duas negociações mais recentes, pressionamos para que a indústria adotasse a Rooney Rule em suas práticas de contratação, mas elas não cederam à questão. Nem nós cederemos – estamos comprometidos em manter isso pelo tempo que for necessário”.
A Rooney Rule é uma política adotada pela NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) desde 2003, e que exige que os times da liga entrevistem candidatos de minorias étnicas para cargos de treinador e de diretor de operações. Apesar da exigência, não existe cota ou preferência dada a minorias na contratação de candidatos. Variações da regra estão agora em vigor em outros setores.
Dos 10 filmes de maior bilheteria de 2017, apenas “Velozes e Furiosos 8”, dirigido por F. Gary Gray, e “Lobo Guerreiro 2”, dirigido por Jing Wu, foram comandados por minorias étnicas. “Mulher-Maravilha”, de Patty Jenkins, foi o único longa dirigido por uma mulher.
Porém, analisando as bilheterias de 2018 até o momento, as porcentagens de diversidade tendem a aumentar. “Pantera Negra”, atualmente o segundo filme de maior bilheteria do ano e também a terceira maior bilheteria de todos os tempos nos EUA, foi dirigido por Ryan Coogler, que é negro. “Uma Dobra no Tempo”, de Ava DuVerney, arrecadou 132,3 milhões de dólares, e outros filmes que ainda vão estrear como “Infiltrado na Klan”, dirigido por Spike Lee, e “Podres de Ricos”, dirigido por Jon M. Chu, podem melhorar as estatísticas.
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