Vingadores: Guerra Infinita | Roteiristas comentam sobre os desafios de escrever um filme deste porte
Roteiristas enfatizaram a importância de uma estrutura coesa para conciliar tantos elementos essenciais para a mitologia da Marvel.
Quando se tem um filme com mais de 60 personagens, apresentar todos de forma equilibrada, com certeza, será uma tarefa difícil. O mesmo pode ser dito sobre empregar uma mitologia tão rica quando à dos quadrinhos da Marvel. Esta é a missão de Christopher Markus e Stephen McFeely, roteiristas de “Vingadores: Guerra Infinita“. Tendo os créditos de “Capitão América: Soldado Invernal” e “Capitão América: Guerra Civil“, eles conversaram com o portal Collider e contaram um pouco sobre o desafio de escrever o maior filme da Marvel até o momento:
“Vamos surpreender muita gente. Depois de ‘Guerra Civil’, sentamos em uma sala por 4 ou 5 meses tentando conciliar estas duas coisas ridiculamente grandes. Tínhamos uma parede com todos os personagens, e chegou num ponto em que apenas apontávamos para eles e pensávamos ‘Isto é legal, isto é legal; como seria uma história que os juntaria?’. (…) Joe Russo tem um termo, ‘química estranha’, para quando temos dois personagens que conhecemos, nos quais investimos nosso afeto, é um deleite quando eles são forçados a trabalhar juntos. E ainda há muita história anterior, que precisa ser trabalhada, antes da situação com o Thanos. (…) A ‘química estranha’ é o que acontece com os Guardiões da Galáxia, certo? Os primeiros ‘Vingadores’ fizeram sucesso por conciliar quatro franquias diferentes. Tomara que tenhamos o mesmo sucesso aqui.”
Quando perguntados sobre a “história anterior” à qual se referiam, Markus e McFeely esclarecem que não queriam que os acontecimentos dos filmes individuais dos super-heróis fossem negligenciados “com uma ligação telefônica falando ‘Vamos nos juntar de novo, agora tem um cara bem pior para lutarmos’“, mas sim incorporados ao contexto que os une. Os ressentimentos e atritos ainda estarão lá, levando os roteiristas a afirmarem que os heróis “não estarão muito bem preparados” para o que está por vir.
Sobre o vilão Thanos (Josh Brolin, de “Deadpool 2“), eles foram categóricos: “Este é, sob diversos aspectos, o filme dele“.
“Vilão é um termo pejorativo com o qual Thanos não concordaria. Se ele fosse apenas um vilão, vocês se entediariam rápido após ele quebrar alguns pescoços, e temos dois filmes com ele. Esperamos que o público o veja como nos quadrinhos, onde ele começou como um vilão desordeiro e agora tem sua própria história. Algo que te faz pensar ‘Não posso dizer que ele está errado’. [Parte do que constitui um bom vilão] É sua motivação. (…) Thanos é um filósofo sem moral. Ele não é um demônio – embora ele tenha um ao seu lado às vezes. Queríamos alguém com motivações e emoções. Ele tem uma família, duas filhas que conhecemos. Ele tem diversas histórias nos quadrinhos, e todas são meio tristes. (…) Mas não teremos uma história de origem dele. Normalmente, os vilões servem para desenvolver os heróis. Aqui, será o contrário.”
Sobre as Jóias do Infinito, diversos fãs vem criando teorias sobre como elas se juntarão e onde estariam as faltantes. Para os roteiristas, no entanto, não se trata de preencher seis lacunas independentes, mas sim de criar uma estrutura narrativa coesa que envolva esta questão como um todo. “Se você olhar os filmes anteriores, todos são muito bem estruturados. O mesmo acontece aqui.” Para eles, obter uma Jóia do Infinito tem que trazer algum desenvolvimento ou mostrar algo sobre o personagem, e fazer com que a história se mova adiante – o que complementa a questão sobre Thanos, dado que seu objetivo é juntar todas as Jóias:
“Precisávamos ter certeza de que ele não estaria sozinho. Isso também significa que ele não teve a mesma cena repetidamente enquanto ia colecionando pedras e derrubando pessoas. Um dos grandes desafios é como ter certeza de que ele não é apenas uma máquina incansável, colecionando pedras como se estivesse fazendo compras. Então, queremos dar a ele uma história emocional completa. Você pode dizer que esta é a história, então eu vou pegar o peso de qualquer um dos heróis anteriores em termos das decisões que eu tenho que tomar para conseguir o que ele quer. Em todo o caminho nós queríamos dar escolhas às pessoas e fazê-las continuar tendo que se sacrificar por cada decisão.”
Na última segunda-feira (19), um dos principais rumores presentes na internet dava conta da suposta presença da heroína Capitã Marvel em “Guerra Infinita”. Apesar destes rumores terem sido negados pela Marvel, Markus e McFeely falaram um pouco sobre como será ter a personagem para os próximos passos do Universo Cinematográfico:
“Como o filme dela não existe ainda, estamos nos baseando em algo que são apenas boas intenções até o momento. Mas essa é uma escala de poder que ainda não existe nesse universo. Em alguns pontos, ela é o que temos de mais próximo ao Capitão América, sendo uma personagem estranha e até rara – o tipo de pessoa que está certa, tem consciência disso e não quer saber se você acha que ela está errada. Então, com todos essas pessoas falhas e perturbadas… Peter Quill que é uma bagunça, Tony Stark que tem um ego gigantesco… É legal ter outra pessoa com uma visão clara para manda-los ficar quietos.”
“Vingadores: Guerra Infinita” contará com diversos personagens já conhecidos dos fãs. O elenco vai ser formado pela unificação dos atores e atrizes de “Vingadores: A Era de Ultron”, “Guardiões da Galáxia Vol. 2”, “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, “Doutor Estranho”, “Thor: Ragnarok”, “Pantera Negra” e do vindouro “Homem-Formiga e a Vespa”.
O filme tem direção dos irmãos Russo, Anthony e Joseph, e sua estreia no Brasil está marcada para 26 de abril de 2018.
Saiba Mais: Christopher Markus, Stephen Mcfeely, Vingadores: Guerra Infinita