Quentin Tarantino se pronuncia sobre declarações de Uma Thurman
Atriz publicou vídeo de acidente no set de "Kill Bill", e depois de declarações polêmicas, defendeu o diretor por sua coragem.
Após Uma Thurman expor abusos cometidos por Harvey Weinstein e um acidente de carro sofrido no set de “Kill Bill”, o diretor do filme – Quentin Tarantino – respondeu às afirmações da atriz. Em recente entrevista ao Deadline, Tarantino afirmou que ele e Uma conversaram sobre isso.
“Uma e eu falamos sobre isso por bastante tempo, decidindo como ela faria isso [revelar o acidente]. Ela queria esclarecer o que aconteceu naquela batida de carro, depois de todos esses anos. Eu sabia que isso seria usado quando Thurman tivesse a filmagem da cena. Ela tinha sido negada por Harvey Weinstein até de ver a filmagem”, disse Tarantino.
O diretor afirmou que não considerou a cena perigosa, já que “era apenas dirigir”. Thurman, no entanto, havia expressado sua preocupação sobre a situação, já que o carro era instável e a estrada pedregosa. Tarantino defendeu sua posição dizendo que não a obrigou a nada, que não “entrou no trailer de Uma, gritando para que ela entrasse no carro”.
“Eu pensei, uma estrada é uma estrada, não pensei que tivesse que percorrer a estrada novamente, já que decidimos ir na direção diferente da que havíamos testado. Isso foi um dos maiores arrependimentos da minha vida. Como um diretor, você aprende coisas e às vezes você tem que aprender pelos seus terríveis erros. E esse foi um deles”, disse o diretor.
Segundo Tarantino, a situação afetou a relação entre ele e Thurman pelos próximos 2 ou 3 anos. Mas os dois não se afastaram, pois se fosse o caso, “ele não teria a ajudado com o artigo do New York Times”.
“Não é como se nós não nos falássemos, mas uma confiança havia sido quebrada”, completou o diretor.
Sobre as acusações de ter cuspido e enforcado a atriz para outras cenas de “Kill Bill“, Tarantino defendeu sua posição ao afirmar que sempre pergunta se seus atores estão confortáveis com a forma de filmar. Para a cena do cuspe, o diretor não confiava no colega de cena de Thurman para fazê-lo, então ele mesmo o fez. E sobre o enforcamento, Tarantino afirmou que planejava filmar de um jeito mais seguro, só que a atriz o incentivou a fazer de uma forma mais convincente.
“Isso foi sugestão de Uma. Apenas amarrar a corrente em seu pescoço e enforcá-la”, explicou.
Tarantino, então, comparou a mesma situação com a cena de “Bastardos Inglórios“, com Diane Kruger, onde o próprio diretor a enforcou, tendo em primeiro lugar confirmado com a atriz se não teria problema.
“Diane até disse em uma entrevista que foi um pedido estranho, mas que até aquele ponto ela já confiava tanto em mim, que não houve problema”, disse Tarantino.
Kruger se pronunciou sobre o assunto, afirmando que trabalhar com Tarantino foi “pura alegria”. Ela escreveu em seu Instagram:
“Em luz das recentes alegações feitas por Uma Thurman contra Harvey Weinstein e sua experiência assustadora no set de ‘Kill Bill’, meu nome tem sido mencionado em vários artigos por conta da cena de enforcamento em ‘Bastardos Inglórios’. Esse é um momento importante e meus sentimentos vão para Uma e qualquer pessoa que tenha sido vítima de assédio sexual e abuso. Eu estou com você.
Para ficar registrado, gostaria de dizer que minha experiência com Tarantino foi pura alegria. Ele me tratou com todo respeito e nunca abusou de seu poder ou me forçou a fazer nada com que eu não estivesse confortável”.
Uma Thurman publicou o vídeo que mostra o momento do acidente em seu Instagram e defendeu Tarantino, afirmando que o diretor a ajudou bastante, conseguindo a filmagem para ela, além de culpar Harvey Weinstein por tentar encobrir o caso.
“Eu sinto que tenho sido honesto e falado a verdade, e isso faz eu me sentir bem depois de dois dias tendo sido mal interpretado, falar isso em voz alta. O que quer que aconteça depois disso, eu fiz minha parte. Eu tenho ombros largos, eu aguento a responsabilidade”, concluiu Tarantino.
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