Blade Runner 2049 | Denis Villeneuve responde críticas sobre como mulheres foram retratadas no filme
Para o diretor, a produção distópica amplifica os defeitos existentes na sociedade atual.
Mesmo que não tenha sido um sucesso de bilheteria, “Blade Runner 2049” conquistou vários elogios, tanto da crítica quanto do público. Entretanto, apesar da boa aprovação, a obra foi criticada sobre como o roteiro abordou as personagens femininas, tais como Joi (Ana de Armas, de “Cães de Guerra“) e Luv (Sylvia Hoeks, da série “Overspel“), defendendo que o universo do longa seria “hostil para as mulheres”.
Em entrevista a Vanity Fair, o diretor Denis Villeneuve (“A Chegada“) se posicionou sobre essas críticas, afirmando que tentou trazer uma profundidade às personagens:
“Eu sou muito sensível sobre como eu porto as mulheres em meus filmes. Essa é a minha nona produção e seis delas tiveram mulheres como protagonistas. O primeiro ‘Blade Runner‘ era um pouco bruto com elas, algo relacionado a atmosfera noir da produção. Mas eu tentei trazer uma profundidade a todas personagens. Para Joi (Armas), a personagem holográfica, você vê como ela se desenvolve. É interessante, eu acho.”
Para o diretor, o cinema é um espelho da sociedade, alegando que “Blade Runner não é um filme sobre o amanhã, mas sobre hoje.” E, segundo ele, o mundo não é gentil para as mulheres, e o filme só amplifica este problema:
“Há um senso no cinema americano: de que você quer retratar um mundo ideal, uma utopia. Isso é bom – sonhar com um mundo melhor, querer algo melhor. Mas se você olhar para os meus filmes, verá que eles exploram as sombras de hoje. O primeiro ‘Blade Runner’ é a maior declaração distópica dos últimos 50 anos. Eu fiz a sequência disso, então sim, é uma visão distópica de hoje. O que amplifica todos os defeitos.”
O elenco do longa ainda conta com Ryan Gosling (“De Canção em Canção”), Robin Wright (“Mulher-Maravilha“) e Harrison Ford (“Star Wars: O Despertar da Força”). A produção ainda está em exibição em alguns cinemas brasileiros.
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