A Bela e a Fera | História do filme é acusada de promover violência doméstica
Professor cria polêmica com material de aula questionando o papel das princesas na Disney.
O clássico animado da Disney, “A Bela e a Fera“, festeja seu 25º Aniversário este ano, com o estúdio lançando ano que vem a tão esperada adaptação em live-action, estrelada por Emma Watson (“Harry Potter”). Uma postagem de um professor anônimo britânico que promove o texto como plano de aula, gerou bastante polêmica ao alegar que “A Bela e a Fera” promove a violência doméstica e que Bela, a protagonista, está realmente em um relacionamento abusivo. Este plano de aula, intitulado Racismo/Sexismo na Disney, é dirigido ao público de 11 aos 16 anos de idade, e já se tornou bastante controverso.
O site Daily Mail relata que o plano de aula já obteve mais de 600 downloads e visto mais de 11.000 vezes, isso sem levar em consideração a quantidade de vezes em que o texto foi compartilhado em redes sociais. Outros professores podem fazer o upload e o download de seus próprios planos de aula gratuitamente em vários sites diferentes. Abaixo um trecho do plano de aula, que entre outras informações, deixa a entender que a única relevância de Bela é sua sexualidade:
“A Besta não ataca Bela, mas a ameaça de violência física está presente. O filme deixa implícito a sugestão de que se uma mulher é bonita e de natureza doce ela pode transformar um homem abusivo em um homem gentil e honrado.Em outras palavras, é culpa da mulher se seu homem a abusa e, claro, a Fera se transforma em um príncipe bonito, porque as pessoas feias não podem ser felizes”.
Bela não é a única personagem amada da Disney que é repreendida neste plano de aula. O texto também ataca a persona de Branca de Neve afirmando que ela não se importa em fazer o trabalho de casa, pois “ela está certa de que um jovem rico virá em breve e a levará embora“. Outros personagens icônicos são analisados neste plano de lição, incluindo A Pequena Sereia, Cinderela, Bela Adormecida e Princesa Jasmine de Aladdin. Aqui está o que um porta-voz da Disney declarou sobre o plano de aula em resposta.:
“Por mais de 90 anos, as histórias atemporais da Disney e personagens amados, incluindo as Princesas Disney, têm sido universais, relacionáveis e relevantes para todos. Eles são amados por milhões de crianças e adultos de todos os gêneros, pois são suas qualidades internas, como determinação, bondade , lealdade, humor, coragem e inteligência que brilham e os definem”.
Phil Davies, deputado de West Yorkshire, classificou a aula de “porcaria politicamente correta“, afirmando que os pais não querem que seus filhos sofram “lavagem cerebral com lixo assim”. Um porta-voz do Departamento de Educação disse que as escolas estão no melhor lugar para decidir “quais recursos são mais apropriados para seus filhos, em consulta com os pais“. Entre as opiniões, Chris McGovern, presidente da Campanha para a Educação Real Britânica, afirmou em sua declaração:
“Estes planos de aula representam um ataque ignorante, insidioso e camuflado sobre os valores familiares e sobre a antiga sabedoria dos contos de fadas. Eles fazem parte de uma estratégia deliberada para separar os laços que unem a nossa sociedade. Contos de fadas, incluindo as versões Disney, permitem que as crianças encontrem explicações sobre o mundo, alertando-os para os perigos. Como tantas literaturas e artes, eles usam personagens estereotipados para demonstrar a batalha entre o amor e o ódio, a bondade e o mal, a honestidade e o engano”.
O deputado também teceu diversos comentários criticando a problematização por ideologias e o quanto isso prejudicava o sistema de educação moderno.
“A Bela e a Fera” é uma história originalmente escrita por Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve, da qual teve sua primeira publicação em 1740, porém foi com Jeanne-Marie Leprince de Beaumont’s que reescreveu a história e publicou em 1756 foi que a versão mais conhecida da história ganhou força. A versão da Disney será exibida em 17 de março de 2017.
Apesar da polêmica, os números impressionantes com relação a quantidade de visualizações sobre o primeiro trailer exibido, demonstra que a história possui bastante empatia com uma enorme parte da população, e a questão moral da história é relativa a forma como o espectador interpreta as afirmações.
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