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Notícias   quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Mulheres são diretoras de apenas 7% dos principais filmes de Hollywood

Número se refere a 250 produções lançadas de 2014 nos Estados Unidos. Homens dirigiram 85% de todos os longas lançados, segundo pesquisa.

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Mulheres dirigiram apenas 7% dos 250 maiores filmes de Hollywood no ano passado, enquanto homens se encarregaram de 85% de todos os filmes norte-americanos lançados, de acordo com uma nova pesquisa. As informações foram divulgadas do site do jornal britânico The Guardian. O relatório do Centro de Estudo das Mulheres na Televisão e no Cinema da San Diego State University também aponta que as mulheres representam apenas 11% dos roteiristas dos 250 filmes mais rentáveis de 2014 e 23% dos produtores. Veja a pesquisa original aqui.

O estudo é revelado num momento em que Hollywood está sob pressão intensa para lidar com a questão da discriminação de gênero. Recentemente Cate BlanchettCharlize Theron defenderam salários iguais de mulheres e homens na indústria do cinema.

Martha Lauzen, autora da pesquisa, disse à revista Variety que os números mudaram pouco desde que ela começou a entrevistar dezenas de mulheres, apesar de estrelas como Jennifer Lawrence, Meryl Streep e Patricia Arquette terem se pronunciado sobre o assunto.

Os números melhoram quando a pesquisa se abre para os 700 filmes de maior bilheteria, com 13% de mulheres na direção, 13% no roteiro e 27% na produção, sugerindo que os filmes independentes são mais amigáveis com o sexo feminino do que os blockbusters. Mas Lauzen diz que isso não deve ser necessariamente considerado como um resultado positivo.

Lawrence, inclusive, escreveu em um artigo para a newsletter Lenny, organizada por Lena Dunham e Jenni Konner, coprodutora da série “Girls”.

A atriz fala abertamente pela primeira vez sobre ter recebido um cachê menor que o dos três colegas masculinos com quem protagonizou o filme “Trapaça”, informação revelada em uma troca de emails entre Amy Pascal, vice-presidente da Sony, e colegas de outras empresas. Ela disse:

Por que eu ganho menos que colegas homens?

Quando se trata do assunto feminismo, eu tenho permanecido sempre ligeiramente tranquila. Mas com muita conversa vem a mudança, então eu quero ser honesta e aberta e, dedos cruzados, não chatear ninguém. Quando o vazamento da Sony aconteceu e eu descobri o quanto menos eu estava sendo paga do que as pessoas que por sorte têm pintos, eu não fiquei brava com a Sony. Eu tenho raiva de mim mesma. Eu falhei como uma negociadora porque eu desisti cedo. Eu não queria continuar lutando por causa de milhões de dólares que, francamente, devido a duas franquias, eu não precisava.

Eu não queria parecer difícil ou mimada. E, com base nas estatísticas, eu não acho que sou a única mulher com esse problema. Será que estamos socialmente condicionadas a nos comportarmos dessa maneira? Poderia ainda ser um hábito persistente de tentarmos expressar as nossas opiniões de uma determinada maneira que não ‘ofenda’ ou ‘assuste’ os homens?”.

Algumas diretoras estão conseguindo ganhar muito destaque a frente de grandes produções, como Kathryn Bigelow (“Guerra ao Terror” e “A Hora Mais Escura”), Ava DuVernay (“Selma”), Sofia Coppola (“Bling Ring: A Gangue de Hollywood”), Angelina Jolie (“Invencível”), Jennifer Lee (“Frozen”), Lynne Ramsay (“Precisamos Falar Sobre Kevin”) e Michelle MacLaren (diretoras de vários episódios de séries como “Breaking Bad”, “The Walking Dead” e “Game of Thrones”, além estar cotadíssima para filmes da Marvel e DC) são alguns nomes para acompanhar.

Arthur Yoffe
@rapadura

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