Cinema com Rapadura

Notícias   sexta-feira, 24 de maio de 2013

Veja os destaques da terceira edição do Anápolis Festival de Cinema

"Colegas" e "Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios" foram os grandes premiados.

Eu-receberia-as-piores-notíciasEntre os longas-metragens exibidos no III Anápolis Festival de Cinema, “Colegas”, de Marcelo Galvão, e “Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios”, de Beto Brant e Renato Ciasca, foram os principais destaques, recebendo quatro prêmios cada. Na mostra Curtas do Centro-Oeste, o vencedor de melhor filme foi o brasiliense “Hereditário”, de Johil Carvalho e Sérgio Lacerda. O curta é uma ficção de 20 minutos e narra a história de três rapazes que são unidos ao pai por um pacto. Além do troféu, o filme recebeu um prêmio de R$ 7.500,00.

Já na mostra Curtas Anapolinos, “Bilhete”, de Matheus Leandro Amorim Souza, se sobressaiu e foi considerado o melhor entre os seis concorrentes. O filme, que relata a relação do filho e sua mãe ausente por meio de bilhetes, ganhou o Prêmio Incentivar, no valor de R$ 30 mil. De acordo com o que é estabelecido no edital, o vencedor se compromete a realizar um novo curta-metragem com o prêmio recebido e que deverá ser apresentado na abertura do Festival do próximo ano. Na edição de 2013, também foram premiados melhor roteiro, que ficou com “Íris”, de Absair Weston Oliveira, e melhor direção, para Eli Fernandes de “As Tretas de Rapunzel”.

O júri oficial deste ano contou com participações de todo o Brasil. O documentarista Sílvio Tendler (homenageado durante o Festival) presidiu o júri da mostra Adhemar Gonzaga, que foi composto pelos atores Flávio Galvão, David Cardoso e Flávio Guarnieri e pela atriz Mayara Magri. Já o júri de Curtas do Centro-Oeste e Curtas Anapolinos, presidido pelo cineasta Carlos Del Pino, foi composto pela atriz, diretora e escritora Neila Tavares, o crítico de cinema e pesquisador Fabrício Cordeiro, o diretor Evandro de Freitas e a professora de Roteiro e Leitura Crítica das Mídias Jô Levy.

Com apenas três edições já realizadas, o Anápolis Festival de Cinema procura se organizar da melhor maneira possível para atrair público, promovendo não só mostra de filmes, mas também oficinas, workshops, debates e encontro de cineclubes. De acordo com o crítico de cinema e pesquisador Fabrício Cordeiro, o Festival pode ser uma das maneiras de contribuir com a formação e produção local, desde que seja levado com responsabilidade. Todos os prêmios entregues são em dinheiro, o que já é uma boa forma de incentivo, principalmente pra os realizadores iniciantes, pois fazer cinema exige equipamentos e demanda alguns gastos, mesmo que seja feito com um orçamento reduzido.

Fabrício salienta que cada fase na realização de um festival é essencial, desde as inscrições, produção, curadoria, até o júri, quando as decisões finais são tomadas. Cada etapa é importante e, se levadas a sério, tendem a se aperfeiçoar. Fabrício diz também que, justamente por ainda ser novo, é preciso ter a clara noção de que o Festival de Anápolis pode e deve melhorar em sua próxima edição. Ele também elogia o apoio dado pela atual prefeitura da cidade, como algo que pode servir de exemplo não só em Goiás, mas também em toda a região Centro-Oeste, principalmente por não serem polos de produção de cinema.

“É preciso encarar o festival como formação, um meio de educação do olhar. O maior prêmio dos curtas é para a Mostra Anapolina, com um direcionamento importante: o vencedor deve, obrigatoriamente, realizar outro curta, que será exibido na abertura do ano seguinte. É importante, estimula e direciona. Por outro lado, educar novos realizadores locais é algo que precisa ir além de uma mostra de cinema. O Festival acontece uma vez por ano e exibe filmes que terão exibições únicas, naquele momento, sem que tenham ou possam entrar em cartaz por pelo menos uma semana. É nesse sentido que o apoio ao cineclubismo e a uma noção mais ampla de cinefilia precisa de força e espaço, assim como a crítica. É preciso que o Festival também passe a existir externamente. Mas isso vem com o tempo”, conta.

Veja a lista dos premiados:
•    Melhor Filme de Ficção: Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios (Beto Brant e Renato Ciasca).
•    Melhor Direção: Marcelo Galvão (Colegas).
•    Melhor Ator: Emílio de Mello (Cara ou Coroa).
•    Melhor Atriz: Camila Pitanga (Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios).
•    Melhor Ator Coadjuvante: Zé Carlos Machado (Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios).
•    Melhor Atriz Coadjuvante: Mariana Nunes (O Homem Mau Dorme Bem).
•    Melhor Roteiro: Marcelo Galvão (Colegas).
•    Melhor Fotografia: Lula Carvalho (Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios).
•    Melhor Direção de Arte: Valdy Lopes Jr. (Cara ou Coroa).
•    Melhor Montagem: Marcelo Galvão (Colegas).
•    Melhor Som: Miriam Biderman, ABC e Ricardo Reis (Febre do Rato).
•    Melhor Trilha Sonora: Ed Cortês (Colegas).
•    Melhor Curta-metragem do Centro-Oeste: Hereditário (Johil Carvalho e Sérgio Lacerda).
•    Melhor Curta-Metragem Anapolino: Bilhete (Matheus Leandro Amorim Souza).
•    Melhor Roteiro de Curta-metragem Anapolino: Íris (Absair Weston Oliveira).
•    Melhor Direção de Curta-metragem Anapolino: As tretas de Rapunzel (Eli Fernandes).

O Cinema com Rapadura esteve em Anápolis para participar do III Anápolis Festival de Cinema.

Adele Lazarin
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