Exclusivo: Hermila Guedes fala sobre Era uma Vez Eu, Verônica
Premiado drama de Marcelo Gomes estreia em circuito nacional.
O cinema pernambucano despertou a atenção do Brasil neste último ano. “Era uma Vez Eu, Verônica”, drama de Marcelo Gomes que chega ao circuito comercial nesta sexta-feira (16), é um bom exemplar dessa nova safra. Protagonizado por Hermila Guedes (“O Céu de Suely”), o longa conta a história da personagem título, que entra em conflito existencial após começar a vida profissional como residente de um hospital público.
Leia a crítica completa de “Era uma Vez Eu, Verônica”
Hermila, que venceu o prêmio de Melhor Atriz no 9º Amazonas Film Festival, semana passada, conversou com o Cinema com Rapadura sobre os desafios de atuar no longa.
“Eu estava filmando com o Karim [Aïnouz, diretor de ‘O Céu de Suely’] quando Marcelo [Gomes] disse que tinha feito o ‘Verônica’ para mim. Mesmo assim eu fiz teste de elenco porque ele queria ver se eu convencia como uma recém-formada de seus 24 anos. Foi bem difícil, a trama tinha que ser verossímil, além das cenas de nudez e da exposição dos sentimentos. Fiquei um pouco apreensiva se eu poderia dar conta”, conta a atriz.
Hermila expõe não somente o seu corpo em cenas polêmicas, mas também a densidade psicológica de Verônica. O título do longa se refere às frequentes narrações que a protagonista faz em um gravador. Enquanto tenta diagnosticar os problemas dos seus pacientes, ela mesma está perdida e passando por conflitos pessoais. A interpretação, essencial para a intensidade e o caos planejados por Marcelo Gomes, foi elogiada por onde passou.
“Marcelo é um ótimo diretor de atores e eu adoro isso. Adoro ser dirigida. Passamos um mês ensaiando, imaginando as possibilidades de cada cena. É uma história com muitos personagens, muitas relações… e a gente precisava deixar tudo muito real”, relembra Hermila.
A trama se passa em Recife, com todo o charme boêmio e o frevo característico. Ao abordar o existencialismo de Verônica, o papel contribuiu também para o crescimento de Hermila como atriz.
“Nasci em Cabrobó e cresci em Recife. Eu sabia que o filme pedia muito amor pela cidade, pelo carnaval e pelo frevo. Eu não tinha isso e tinha medo de fazer as pessoas não acreditarem. O longa fez o meu amor pela cidade aumentar ao ter que transpor isso em tela”, conta.
Mesmo estreando ao lado de “A Saga Crepúsculo – Amanhecer: Parte 2” e com cópias reduzidas, Hermila acredita que “Era uma Vez Eu, Verônica” terá um público diferenciado por acreditar que não é “um filme para todos”. A boa campanha em festivais fez com que o drama granhasse atenção da mídia e de uma parcela de curiosos. Vencedor do Festival de Brasília e do Amazonas Film Festival na categoria de Melhor Filme, o longa certamente vai mexer com o espectador que se entregar à história.
O Cinema com Rapadura esteve em Manaus para participar do 9º Amazonas Film Festival, a convite do evento.
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