Ian Fleming queria Hitchcock na direção do primeiro filme de James Bond
Telegrama secreto vem à tona e revela desejo antigo do criador de 007.
Franquias literárias que chegam rapidamente às telas de cinema, vide “Crepúsculo” ou “Jogos Vorazes”, não são um fenômeno assim tão recente. O escritor inglês Ian Fleming, por exemplo, lançou o personagem James Bond no livro “Cassino Royale”, em 1953, e menos de dez anos depois viu o célebre agente secreto ser interpretado pelo ator escocês Sean Connery (“Os Intocáveis”), em “007 Contra o Satânico Dr. No”, de 1962. O que só veio à tona agora é um telegrama secreto que revela o desejo do escritor, morto em 1964, em ver o conterrâneo Alfred Hitchcock (“Janela Indiscreta”) no comando do primeiro filme.
Segundo o jornal inglês Daily Mail, o comunicado foi enviado por Fleming em setembro de 1959, para o amigo e também escritor de histórias de espionagem Eric Ambler. A mensagem questionava se Hitchcock poderia se interessar em assumir a direção do primeiro filme. À época, Fleming e os produtores cogitavam iniciar a franquia cinematográfica com a adaptação do livro “Thunderball”, que só chegaria à tela grande em 1965, como “007 contra a Chantagem Atômica”. O criador de James Bond relatava a Ambler que financiamento não seria problema e Hitchcock poderia se interessar pelo projeto se o amigo cuidasse do script.
Como se sabe, o mestre do suspense nunca adaptou um livro de James Bond ao cinema. Diante da recusa do autor de obras como “Psicose” e “Intriga Internacional”, Ian Fleming ofereceu o roteiro – que também acabou não contando com a participação de Ambler – para Terence Young. O diretor foi tão bem sucedido na missão de transpor as características de Bond para as telas que repetiu a dose em “Moscou Contra 007” (1963) e “007 Contra A Chantagem Atômica” (1965). E a chance de ver um 007 hitchcockiano tornou-se apenas exercício de imaginação.
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