George Lucas quer ressuscitar digitalmente estrelas de Hollywood
Não, ele não descobriu o pode do phoenix down.
Enquanto a computação gráfica evoluía a passos largos, muito se discutia sobre o dia em que ela substituiria os atores de verdade. A própria classe dos atores de Hollywood temia a evolução dos efeitos especiais. Com o passar dos anos, a computação foi muito utilizada para corrigir pequenos defeitos humanos como rugas, sinais e imperfeições variadas. Depois, vimos a computação gráfica dominar a animação mundial e praticamente enterrar o mercado 2D. Agora, vem a polêmica…
George Lucas, criador da saga Star Wars, tem a intenção de ressuscitar digitalmente estrelas de Hollywood para realizar filmes com a ajuda das novas tecnologias. Isso não é só assustador, como é curioso. O ator e diretor britânico, ex-colaborador de Lucas, Mel Smith, disse em recente entrevista que o cineasta “comprou os direitos cinematográficos de estrelas mortas do cinema“. O diretor acredita que o desenvolvimento das imagens geradas por computador permite juntar famosos da era de ouro de Hollywood em um filme.
Alguns filmes se aproximam muito da realidade com a computação, mas ainda assim possuem características que identificamos como sendo animações. Não é tão real assim. Digo mais: a indústria dos videogames está conseguindo fazer animações mais próximas da realidade do que o cinema. Alguns exemplos de filmes:
Final Fantasy: The Spirits Within (2001)
O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)
O Expresso Polar (2004)
As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005)
A Lenda de Beowulf (2007)
No alto da megalomania, não vejo isso com maus olhos. Tudo bem que é mexer com a história do cinema e no legado dos astros, mas muita gente não conhece os grandes nomes da indústria. “Avatar”, de James Cameron, provou que por mais que a computação gráfica seja revolucionária, os atores ainda são muito úteis para que os movimentos se aproximem cada vez mais da realidade. Com o tempo, isso vai ser necessário?
O que poderíamos ver juntos nas telonas?
Atrizes: Katharine Hepburn (“O Leão no Inverno”), Bette Davis (“Jezebel”), Ingrid Bergman (“Anastasia”), Deborah Kerr (“A Um Passo da Eternidade”), Greta Garbo (“Ninotchka”) e a fantástica Marilyn Monroe (“Quanto Mais Quente Melhor”).
Atores: Charles Chaplin (“O Grande Ditador“), Gene Kelly (“Sinfonia em Paris”), Paul Newman, (“O Indomado“), Marlon Brando (“Sindicato de Ladrões”), James Dean (“Juventude Transviada”), Henry Fonda (“As Vinhas da Ira”), Humphrey Bogart (“Casablanca“), e até Heath Ledger (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”).
Você acredita que pode dar certo?
Lucas disse uma vez:
“O avanço em direção ao mundo digital é uma apenas uma transição normal que está acontecendo no mundo do cinema. Da mesma forma como fomos dos filmes mudos para os filmes sonorizados, e então dos filmes em preto e branco para os filmes coloridos, esta é uma transição e uma adição de ferramentas que usamos para criar nossa arte“.
Ele ainda afirma que…
“…o papel dos atores neste novo meio termo é exatamente o mesmo que era nas transições dos filmes preto e branco, filmes mudos e processos fotoquímicos. O assunto que vem à tona freqüentemente ao se usar um ator digital é as pessoas esquecerem que atuar é uma forma de arte. Você não pode apenas criar algo à semelhança de um ser humano e então fazê-lo atuar. Não importa o que você faça você terá de usar atores reais. São necessários os atores reais para dar a voz, para dar a animação correta e para criar os personagens. Eu vejo a tecnologia digital como uma vantagem para atores e uma oportunidade de mais trabalho para mais atores, ao invés de substituí-los“.
E as vantagens em se criar atores digitais não se limitam aos personagens imaginários, criados a partir do zero, mas também, em alguns casos, podem se estender aos personagens reais ou previamente criados.
E é aí que mora o perigo. Adeus atores?
Saiba Mais: Acme, Charlie Chaplin, George Lucas