Após assinar um manifesto publicado pelo jornal Le Monde na semana passada, o qual levantava questões em oposição às defendidas pelos movimentos “Time’s Up” e “#MeToo” – responsáveis por efetuar e incentivar denúncias de abusos sexuais, assim como advogar em prol da igualdade nas condições de trabalho e melhor remuneração para as mulheres -, a icônica atriz francesa Catherine Deneuve (“O Reencontro”) pediu desculpas às vítimas que tenham se sentido ofendidas por suas declarações em apoio ao documento, alegando ter sido mal interpretada (via Libération):

“Eu saúdo afetuosamente as vítimas desses atos odiosos que tenham se sentido agredidas por esse artigo, e somente à elas peço desculpas.” 

As novas declarações vêm depois de Deneuve sofrer inúmeras críticas após a posição defendida na ocasião do manifesto. A carta divulgada pelo “Le Monde”, assinada por mais de cem artistas e intelectuais franceses, condena a onda de “denuncismo” e “puritanismo” decorrente das acusações contra o produtor Harvey Weinstein, que vieram à tona a partir de outubro de 2017.

No entanto, apesar do pedido de desculpas, Catherine Deneuve manteve sua posição contrária a movimentos como o “#MeToo” e ao “efeito manada” gerado por estes na internet:

“Nada no texto pretende mostrar que o assédio é uma coisa boa. Se assim fosse, não o teria assinado. Não aprovo essa nova característica da nossa era, em que todos sentem-se no direito de condenar; em que simples denúncias nas redes sociais já são suficientes para punir, demitir e muitas vezes promover um linchamento pela mídia.”

A atriz ainda mandou um recado a alguns daqueles que estrategicamente alegam apoiar suas declarações, mas que na verdade defendem causas opostas à dela:

“Aos conservadores, racistas e tradicionalistas que me vierem a apoiar, digo-lhes que vocês não me enganam. Não terão minha gratidão e nem a minha amizade, pelo contrário.”

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