(Imagem: Getty Images)

Bomba no Castelo da Cinderella. Após reunião do Conselho de Diretores da Disney, Bob Chapek deixou o cargo de CEO da empresa, substituído por seu antecessor, Bob Iger (via THR).

Susan Arnold, presidente do Conselho da Disney, agradeceu Chapek e comentou a troca:

“Agradecemos a Bob Chapek por seus serviços prestados à Disney ao longo de sua longa carreira, incluindo a condução da empresa nos desafios sem precedentes da pandemia. O Conselho concluiu que, à medida que a Disney embarca em um período cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial”.

A saída de Chapek vem após um relatório de lucros do terceiro trimestre que assustou Wall Street, já que os gastos com conteúdo e marketing para as plataformas de streaming da Disney atingiram seu pico projetado de US$ 1,5 bilhão no ano fiscal de 2022. Rumo a perdas dessa escala e, mesmo com o crescimento de assinantes do Disney Plus no trimestre, os números acabaram afetando o valor das ações da empresa no mercado.

Iger já liderou a Disney por 15 anos, deixando um legado de transformação, com aquisições de grandes propriedades da cultura pop e direcionando a empresa no ramo do streaming com o Disney Plus. Sua figura colocava pressão em Chapek, dono de um estilo totalmente diferente de gestão. Iger se pronunciou sobre seu retorno:

“Estou extremamente otimista com o futuro desta grande empresa e emocionado com o pedido do Conselho para retornar como seu CEO. A Disney e suas incomparáveis marcas e franquias ocupam um lugar especial no coração de tantas pessoas ao redor do mundo, principalmente no coração de nossos funcionários, cuja dedicação a esta empresa e sua missão é uma inspiração. Estou profundamente honrado por ser convidado a liderar novamente esta equipe notável, com uma missão clara focada na excelência criativa para inspirar gerações por meio de narrativas ousadas e inigualáveis”.

Chapek assumiu o cargo de CEO da Disney em fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia da COVID-19 afetar o mundo todo e forçar a indústria do entretenimento a se adaptar. Sob sua liderança, medidas drásticas foram tomadas, como lançamentos de filmes de Marvel e Pixar simultâneos nos cinemas e no Disney Plus (mediante custo adicional), levando a conflitos com cineastas e atores.

Mais recentemente, Chapek também embarcou em polêmicas por conta de seu envolvimento com o governador da Florida, Ron DeSantis, e a lei “Don’t Say Gay” (“não diga gay”, em tradução literal), que proibia qualquer menção a educação sexual ou identidade de gênero em escolas do estado norte-americano. Com isso, funcionários LGBTQIA+ da Pixar vieram a público em março revelar a censura cenas de afeto entre o mesmo gênero em seus filmes sob a gestão de Chapek.

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