(Imagens: divulgação/HBO Max; divulgação/Discovery Plus)

Aconteceu. Após uma semana de especulações, a Warner Bros. Discovery anunciou a fusão de HBO Max e Discovery Plus, os dois serviços de streaming do conglomerado. Uma nova plataforma irá unificar a programação de ambos, com lançamento previsto para o verão americano de 2023 (via Deadline).

J.B. Perrette, presidente de Global Streaming da empresa, deu mais detalhes do novo serviço, ainda sem nome. A plataforma terá três modalidades de assinatura: a primeira terá comerciais e irá cobrar uma mensalidade mais barata, a segunda terá um valor um pouco maior e menos propagandas, e a terceira virá sem comerciais, cobrando mais caro.

“Nosso foco primário para o desenvolvimento será nos mercados onde a HBO Max já foi lançada. Planejamos lançar o serviço sequencialmente, começando pelos EUA no próximo verão. A América Latina seguirá mais tarde no ano. Mercados europeus com HBO Max seguirão no início de 2024, com lançamentos adicionais e territórios-chave na Ásia e no Pacífico e alguns novos mercados europeus vindo mais tarde em 2024.”

Segundo Perrette, HBO Max e Discovery Plus são serviços “únicos e complementares“, mas são diferentes em termos de como os usuários lidam com o conteúdo. O primeiro teria acessos agendados, com séries como “Succession” e “A Casa do Dragão” tendo lançamentos semanais; já o segundo seria mais voltado ao conforto, o que garante a retenção de assinantes:

“Esses são dois componentes críticos e poderosos para um serviço por assinatura forte e sustentável. Aliados à nossa coleção de marcas, franquias e personagens reconhecidos globalmente, essa será uma combinação verdadeiramente sem precedentes em um mercado já saturado.”

O executivo acrescentou que a expectativa é de adicionar mais de 40 milhões de assinantes até 2025, levando seu total a 130 milhões. Atualmente, o HBO Max e Discovery+ tem 92,1 milhões de assinantes combinados.

A indústria vinha na expectativa do anúncio desde o surpreendente cancelamento de “Batgirl” pela nova direção da empresa, seguido de mais cortes. As medidas fazem parte da estratégia implementada pelo novo CEO da empresa, David Zaslav, de cortar o máximo possível de custos. O objetivo da nova administração da Warner é cortar até US$ 3 bilhões. Só no último trimestre (abril, maio e junho), a empresa teve um prejuízo de US$ 3,4 bilhões. Deste valor, US$ 2 bilhões foram gastos em custo de “intangíveis” e US$ 1 bilhão na reestruturação da companhia. Sua renda foi de US$ 9,8 bilhões.

“Tivemos quatro meses ocupados e produtivos desde o lançamento da Warner Bros. Discovery e temos mais convicção do que nunca na enorme oportunidade que temos. Pretendemos maximizar o valor dos conteúdos por meio de um amplo modelo de distribuição que inclui cinema, streaming, jogos, produtos de consumo e experiências e muito mais, em todo o mundo”, disse Zaslav.

Entre outros cortes também estão a sequência da animação “Scooby! O Filme“, o fim do streaming CNN+ (que havia custado US$ 300 milhões até então), e a série “Demimonde“, de J.J. Abrams (que teria um orçamento de US$ 200 milhões). Outra medida sendo levada a cabo é a redução de programação original para o streaming HBO Max, cujo catálogo irá se distanciar da programação infantil e focar em conteúdo adulto.

Ainda assim, novas estimativas dão conta de que o cancelamento de “Batgirl” renderia uma economia de entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões aos cofres da Warner Bros. Discovery, algo que é pouco considerando o objetivo total de US$ 3 bilhões.

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Atualização (05/08):

Após os anúncios, Wall Street reagiu negativamente às notícias da Warner Bros. Discovery. No relatório financeiro foi falado que a empresa teve um prejuízo de US$ 3,4 bilhões no último trimestre e demonstrou menos foco no streaming. Com isso, as ações sofreram uma queda 15,16%. O valor da ação era de US$ 17,48 na última quinta-feira (4) e se tornou menos de US$ 15 nesta sexta (5).

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