“Ir ao cinema é uma noção elitista”, dizem irmãos Russo sobre conflito com streaming
Para a dupla, questão é mais profunda do que apenas definir o espaço mais adequado para se assistir um filme
(Imagem: Getty Images)
Desde o advento do streaming, a indústria cinematográfica mudou muito. Diversos cineastas já se aventuraram no novo formato, outros se expressaram publicamente a favor da experiência de ir ao cinema e um grande debate se formou. Agora, chegou a vez dos irmãos Joe e Anthony Russo se posicionarem.
Falando ao THR, os responsáveis pelos leviatãs “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato“, ambos da Marvel, falaram sobre o conflito entre streaming e as salas de cinema, e vêem o tema como algo prejudicial ao avanço do meio:
“Cinema autoral tem 50 anos de idade a essa altura. Foi concebido nos anos 1970. Nós crescemos com ele. Nós éramos crianças, era muito importante para nós. Mas também temos noção de que o mundo precisa mudar e que, quanto mais tentarmos evitar que ele mude, mais caos vamos criar. Não cabe a ninguém rejeitar as ideias da próxima geração. Estamos em crise agora porque todo mundo está em guerra com todo mundo. Como pessoas que cresceram amando cinema, é triste de ver.
Para os irmãos, a questão é mais profunda do que apenas definir o espaço mais adequado para se assistir um filme: eles entendem que ir ao cinema atualmente é algo impraticável para boa parte do público:
“Algo a lembrar também é que é uma noção elitista poder ir ao cinema. É caro demais. Então essa ideia que foi criada, à qual nos apegamos, de que o cinema é um lugar sagrado, é besteira. E ela rejeita a ideia de permitir a todo mundo um lugar sob o mesmo teto. Onde a distribuição digital é valiosa é quando as pessoas podem compartilhar contas. Elas têm acesso a 40 histórias pelo preço de uma. Mas ter esse tipo de guerra cultural a respeito de haver valor nisso ou não é loucura para nós.”
Após o sucesso de “Guerra Infinita” e “Ultimato“, os Russo se distanciaram do cinema de franquia da Marvel e passaram a se dedicar a projetos próprios, ambos no streaming: “Cherry“, lançado pela Apple, e agora “Agente Oculto“, pela Netflix.
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