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Notícias   segunda-feira, 16 de novembro de 2020

David Fincher critica retratação de distúrbios mentais em Coringa, e diz que sucesso do filme se deve diretamente a O Cavaleiro das Trevas

Filme protagonizado por Joaquin Phoenix arrecadou mais de 1 bilhão de dólares na bilheteria.

David Fincher critica retratação de distúrbios mentais em Coringa, e diz que sucesso do filme se deve diretamente a O Cavaleiro das Trevas>

“Coringa” conquistou muito prestígio em 2019, sendo vencedor do Festival de Veneza, ganhando 11 indicações ao Oscar – e uma vitória para Joaquin Phoenix -, e se tornando o filme baseado em quadrinhos mais lucrativo da história. No entanto, desde antes de sua estreia, a produção dirigida por Todd Phillips sempre foi cercada de polêmicas, seja por opiniões de que o filme incitaria violência, ou por críticas desfavoráveis. Mais de um ano depois de seu lançamento, a obra ressurge nas redes sociais depois de David Fincher dar sua opinião durante entrevista ao The Telegraph (via IndieWire).

Fincher foi sucinto, mas deixou claro seu pensamento:

“Eu não acho que ninguém teria olhado para o material e pensado ‘É, vamos pegar Travis Bickle [de ‘Taxi Driver’] e Rupert Pupkin [de ‘O Rei da Comédia’] e juntá-los, então colocá-los em uma armadilha que trai pessoas com distúrbios mentais, e lançá-lo por um bilhão de dólares”.

Fincher ainda colocou o sucesso financeiro de “Coringa” como produto direto do fenômeno causado por “O Cavaleiro das Trevas”, de Christopher Nolan, lançado 11 anos antes:

“Ninguém pensaria que teria chance de um grande sucesso com ‘Coringa’ se ‘O Cavaleiro das Trevas’ não tivesse sido tão bem sucedido como foi”.

Além de criticar a representação dos distúrbios mentais do protagonista Arthur Fleck, Fincher toca num ponto bastante comentado à época do lançamento de “Coringa”, que é o fato do filme usar a marca do tão conhecido vilão do Batman apenas como forma de atrair público, sem de fato apresentar uma justificativa para a história usar este nome.

Fincher usa de exemplo seu próprio “Clube da Luta”, pelo qual o diretor teve de lutar frente aos executivos da então 20th Century Fox. “O fato de termos conseguido fazer aquele filme em 1999, na minha mente, é um milagre”, ele diz, e é de fato interessante pensar em como seria a performance de “Coringa” se não fosse a própria força deste nome.

Fincher retorna ao mundo dos filmes com “Mank”, depois de se aventurar com as séries “Mindhunter” e “Love, Death & Robots”. O longa estrelado por Gary Oldman estreia em 4 de dezembro na Netflixassista ao trailer.

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Louise Alves
@louisemtm

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