A Disney anunciou uma reestruturação a fim de priorizar conteúdo para seu recém criado streaming Disney Plus (via THR). O CEO Bob Chapek colocou Kareem Daniel, ex-presidente da divisão de produtos para consumidores, jogos e publishing, como líder de um novo grupo formado para gerenciamento de Distribuição de Mídia e Entretenimento, responsável pela disseminação e vendas de anúncios de todo o seu conteúdo, incluindo através do Disney Plus.

A tarefa do grupo funcionará da seguinte forma: a Disney fornecerá a programação de seus estúdios de cinema, de televisão e entretenimento em geral para a Distribuição de Mídia e Entretenimento, e eles serão responsáveis por organizar essa distribuição da melhor forma para o cinema, TV e streaming, com foco maior justamente nos pontos de venda direto ao consumidor, incluindo o Disney Plus. A empresa, assim, estará dividindo as funções de produção de conteúdo e distribuição, e com seu novo grupo, procura achar as formas mais eficazes de lançamento para cada tipo de conteúdo produzido.

Em declaração, Chapek afirmou:

“Dado o incrível sucesso do Disney Plus e nossos planos para acelerar nossos negócios direto ao consumidor, estamos posicionando estrategicamente nossa empresa para apoiar de forma mais eficaz nossa estratégia de crescimento e aumentar o valor para os acionistas. Gerenciar a criação de conteúdo diferente da distribuição nos permitirá ser mais eficazes e ágeis em produzir o conteúdo que os consumidores mais desejam, entregue da maneira que eles preferem consumir. Nossas equipes de criação se concentrarão no que fazem de melhor – conteúdo de classe mundial, baseado em franquias – enquanto nossa equipe de distribuição global recentemente centralizada se concentrará em entregar e monetizar esse conteúdo da maneira mais ideal em todas as plataformas, incluindo Disney Plus, Hulu, ESPN+ e o próximo serviço de streaming internacional, Star.”

Lançado em 12 de novembro de 2019, o Disney Plus ainda se encontra em seus estágios iniciais, mas já conquistou bons números, com mais de 60 milhões de assinantes ao redor do mundo. Em uma época desafiadora para os cinemas, e de prosperidade para os streamings, a mudança de foco da empresa parece ter como objetivo tanto a expansão de seu catálogo original ainda escasso, quanto a garantia de que o investimento em cada produto faça sentido com sua forma de distribuição.

Atualmente, o Disney Plus conta apenas com “The Mandalorian” como o único conteúdo original realmente relevante – a segunda temporada estreia dia 30 de outubro -, mas o streaming terá futuramente séries originais Marvel Studios e outras produções “Star Wars”, além de filmes Disney feitos direto para a plataforma. A empresa garantiu um trunfo ao adquirir os direitos de distribuição da versão filmada do musical “Hamilton”, e ao desistir do lançamento do produto nos cinemas, e colocá-lo no Disney Plus em julho deste ano, a companhia viu seus números subirem. A plataforma também serviu como o local de escolha para lançamento de grandes estreias anteriormente previstas para os cinemas, como “Mulan” – que estreou como acesso premium e estará disponível em 4 de dezembro no catálogo – e “Soul”, que será lançado para todos os assinantes em 25 de dezembro.

O Disney Plus chega em 17 de novembro no Brasil.

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