No início de julho deste ano, Ray Fisher usou seu Twitter para denunciar condutas abusivas no set das refilmagens de “Liga da Justiça”. O ator, que interpretou o Ciborgue, afirmou que Joss Whedon, diretor responsável por finalizar o longa, mantinha um comportamento tóxico, que era permitido pelos produtores Jon Berg e Geoff Johns. Pouco mais de um mês depois da denúncia, a WarnerMedia lançou uma investigação oficial sobre o caso, que segue aberto. Na última sexta-feira (4), Fisher levou ao Twitter uma nova informação sobre a situação:

“Para vocês entenderem melhor quão fundo isso vai: Depois de falar sobre o que aconteceu em ‘Liga da Justiça’, eu recebi uma ligação do presidente da DC Films em que ele tentou jogar Joss Whedon e Jon Berg para debaixo do ônibus para que eu desistisse de denunciar Geoff Johns. Eu não irei”.

O presidente da DC Films em questão seria Walter Hamada, que pouco depois do tweet de Fisher lançou uma declaração em sua defesa através de um representante (via THR):

“Em nenhum momento o Sr. Hamada ‘jogou ninguém para debaixo do ônibus’, como o Sr. Fisher acusou falsamente, ou fez nenhum julgamento sobre a produção de ‘Liga da Justiça’, no qual o Sr. Hamada não teve nenhum envolvimento, já que as filmagens aconteceram antes que ele fosse elevado para sua posição atual”.

Hamada foi elevado à posição de presidente da DC Films em janeiro de 2018, substituindo Geoff Johns, depois do baixo desempenho de “Liga da Justiça” nos cinemas. A declaração de seu representante também afirma que Ray Fisher estaria se recusando a colaborar com a investigação lançada pela WarnerMedia.

No sábado (5), Fisher se pronunciou novamente no Twitter, garantindo que tinha entrado em contato com o investigador, porém havia descoberto que o mesmo não estava trabalhando para a WarnerMedia, e sim para a Warner Bros., o que mudava as coisas. Em sua postagem, Fisher anexou a imagem de um email que havia mandado para seu time em relação ao contato com o investigador:

“Obrigada por todo o apoio de vocês e por ver através da tentativa desesperada da Warner Bros. Pictures de me desacreditar e continuar a proteger quem está no poder. Eu entrei em contato com o investigador através do Zoom em 26 de agosto. Abaixo está o email que eu mandei para meu time e para o SAG logo depois.

Também é válido notar que eu deixei claro para o mundo em 21 de agosto que eu estaria examinando o investigador para garantir um processo justo e protegido para todas as testemunhas. A Warner Bros. Pictures escalou isso para um nível totalmente diferente, mas eu estou pronto para enfrentar o desafio”.

O email anexado ao tweet indica que Fisher entrou em contato com o investigador, descobrindo logo depois que ele estava a serviço da Warner Bros., e com uma terceira pessoa não identificada na chamada, o que fez o ator deixar a ligação.

Fisher detalhou todo esse processo em um vídeo de 15 minutos postado em seu Instagram, explicando que a Warner Bros. tem intenção de proteger aqueles que ele acusa, enquanto a WarnerMedia daria uma chance justa à investigação. Ele também reafirmou que de fato entrou em contato com Walter Hamada, e que o executivo havia defendido Geoff Johns apesar de não estar envolvido em “Liga da Justiça”. Hamada e Johns trabalharam juntos em “Shazam!” e no ainda inédito “Mulher-Maravilha 1984”, o qual Johns também serve como co-roteirista, e o presidente da DC Films estaria tentando negociar com Fisher a verdadeira culpa de Johns na situação, visto que ele é uma figura importante na empresa.

Fisher então afirma que seguirá em busca de um processo justo não só para ele, mas também para outras pessoas que têm denúncias a fazer sobre o caso, mas não têm proteção debaixo da empresa como os executivos, e portanto permanecem anônimas. Nesta segunda (7), Jason Momoa, que interpreta Aquaman, fez um story no Instagram em apoio a seu colega, com #IStandWithRayFisher:

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