Disney estaria impedindo exibições de filmes antigos da Fox e os colocando no “cofre”
Prática comum pelo estúdio com seus próprios clássicos, informações indicam que o mesmo será feito com filmes da Fox.
Segundo o Collider, a Disney está tirando vários clássicos da Fox de circulação, assim como fez com suas próprias produções por décadas. Isso significa que, paulatinamente, filmes famosos como “Esqueceram de mim”, “Alien: O Oitavo Passageiro” e “Clube da Luta” estão ficando indisponíveis para serem exibidos em salas de cinema nos EUA.
A estratégia é preocupante, principalmente porque muitas salas de cinema americanas sobrevivem de exibir filmes clássicos. Antes de a Disney comprar a Fox, aquisição que foi concluída em março deste ano, todo o catálogo da Fox estava disponível para ser exibido em praticamente qualquer sala de cinema do país. Agora, a Disney vem cancelando acordos previamente firmados para a exibição destes filmes e negando novos acordos sem dar nenhuma justificativa.
A Disney há décadas usa essa estratégia de colocar suas produções no “cofre” (da expressão em inglês “vault“). Elas ficam proibidas de serem exibidas e, de tempos em tempos, é lançado um DVD ou blu-ray. Se essa estratégia estiver comprovadamente sendo estendida aos filmes da Fox, pode ficar mais difícil ter acesso a longas como “Duro de Matar”, “A Noviça Rebelde” e os filmes da franquia “X-Men”.
Outra hipótese levantada é a de que a Disney esteja colocando esses filmes no “cofre” para que estejam disponíveis apenas no DisneyPlus, nova plataforma de streaming do estúdio, que entrará no ar em novembro nos EUA. Das produções citadas, a única que estará no catálogo do DisneyPlus em seu lançamento é “A Noviça Rebelde”.
Proprietários de cinema americanos reportaram que a Disney faz uso de uma prática chamada “black booking“: para exibir um filme que é sucesso de bilheteria, o cinema ou cadeia de cinemas precisam exibir também dois outros filmes que não foram tão bem. Suspeita-se de que os filmes da Fox poderiam também ser submetidos a essa prática. Está claro que o estúdio quer ter total controle sobre a exibição de suas propriedades. O problema da prática em si é a hipótese de a Disney estar usando essa estratégia para monopolizar as salas de cinema, que além de ficarem tomadas por blockbusters como “Vingadores: Ultimato”, perdem mais espaço por serem obrigadas a exibir filmes de menor apelo comercial.
O DisneyPlus estreia nos EUA dia 12 de novembro. No Brasil, o serviço deve entrar no ar no segundo semestre de 2020. Até lá, parte do seu conteúdo será disponibilizado no Prime Video, da Amazon.
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