O Rei Leão segue quebrando recordes de bilheteria, mas entre filmes de animação ou live-action?
O diretor Jon Favreau e sua equipe se referem ao longa simplesmente como "produção virtual".
A nova versão de “O Rei Leão” tem quebrado recordes de bilheteria ao redor do mundo. De acordo com o BoxOfficeMojo, até o momento, o filme já arrecadou US$ 1,334 bilhão, sendo quase metade desse valor conseguido somente nos EUA. O sucesso comercial do longa o posiciona em rankings de animação e também live-action da Disney. Mas em qual categoria a releitura desse clássico realmente se encaixa?
Primeiro, é importante questionar qual a relevância em rotular “O Rei Leão” em uma categoria específica. Enquanto obra de animação, o somatório da bilheteria ultrapassa o montante de “Frozen – Uma Aventura Congelante” (US$ 1,276 bilhão), atualmente a animação de maior bilheteria do mundo. Enquanto um live-action, supera os números de “A Bela e a Fera” (US$ 1,263 bilhão), lançado em 2017 e, até então, o live action da Disney mais lucrativo que não era um filme da Marvel ou um “Star Wars“. De qualquer forma, é impossível negar que o novo produto da Disney é, de fato, um recordista. No entanto, o debate vale a pena se for pensado em termos de premiações.
São muitas as categorias em que a versão de 2019 de “O Rei Leão” poderia competir. Além de animação e live-action, poderia ainda ser considerado um musical e concorrer também a melhores efeitos visuais. A indústria ainda não se posicionou oficialmente sobre a questão. Nem mesmo a própria Disney parece ter uma opinião formada, tendo basicamente anunciado o longa como refilmagem em algumas ocasiões.
O que se pode ter certeza, até o momento, é que a arte vive em constante desenvolvimento. Logo, não seria diferente com o cinema. O que deve ser levado em conta, então, são as considerações dos envolvidos com a produção. A técnica adotada pelo diretor Jon Favreau para seu mais recente longa não contou com locações reais ou captura de movimento dos atores contratados. O diretor lançou mão de dispositivos de realidade virtual para comandar uma locação inteiramente digital. Ainda assim, escolhas conscientes de ângulos e movimentos de câmera, e todo o trabalho exigido numa produção convencional, estão presentes. Ele e sua equipe se referem ao conteúdo criado simplesmente como “produção virtual”.
Favreau afirma (via SlashFilm):
“[…] Eu não acho que alguém queira ver outro Rei Leão animado, porque ele ainda se mantém muito, muito bem. […] O desafio aqui, e eu acho que o que nós estabelecemos para nós mesmos como objetivo, é criar algo que pareça um meio completamente diferente do que qualquer um desses dois [animação ou live-action], e assim poderia ser uma terceira maneira de contar essa história.”
De antemão, o diretor Jon Favreau é responsável pelo que criou, e não pela leitura que a audiência e críticos fazem de sua criação. Live-action ou não, “O Rei Leão” ultrapassou a bilheteria de “Jurassic World: Reino Ameaçado” (US$ 1,309 bilhão) e “Star Wars: Os Últimos Jedi” (US$ 1,332 bilhão). Em breve, deve ultrapassar “Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte II” (US $ 1,341 bilhão) e “Pantera Negra” (US $ 1,346 bilhão). Pelo visto, a discussão sobre em que categoria o filme se encaixaria não preocupa os cofres da Disney.
“O Rei Leão” ainda está em cartaz no Brasil.
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