Segundo o Bloomberg, a Netflix enfrenta sua pior fase desde 2011. Pela primeira vez em oito anos, o streaming perdeu assinantes nos EUA e adicionou quase 2 milhões a menos de clientes internacionais do que o esperado, fazendo as ações despencarem. A empresa aponta como motivos para o ocorrido a queda em sua atual lista de conteúdo e seu recente aumento de preço. No entanto, o diretor executivo Reed Hastings não demonstrou preocupação publicamente e declarou:

“Nossa posição é excelente. Estamos construindo incrível capacidade de conteúdo. Nosso produto nunca esteve em melhor forma.”

Além disso, a companhia elogiou os índices de audiência de alguns títulos lançados recentemente. Foram citados “Disque Amiga Para Matar”, uma série dramática estrelada por Christina Applegate, e a série limitada de Ava DuVernay “Olhos que Condenam”, indicada a 16 Emmys. As comédias românticas “O Date Perfeito”, estrelado por Noah Centineo, e “Meu Eterno Talvez”, de Ali Wong-Randall Park, foram um “sucesso global” assistidos, respectivamente, por 48 e 32 milhões de lares em suas primeiras quatro semanas.

Ainda assim, especula-se que o serviço poderia começar a usar anúncios em breve. Sobre a questão, a Netflix declarou:

“Nós, como a HBO, não utilizamos propagandas. Isso continua sendo uma parte profunda da nossa proposta de marca; Quando você ler especulações de que estamos nos movendo para vender publicidade, tenha certeza de que isso é falso. Acreditamos que teremos um negócio mais valioso a longo prazo, ficando de competir pela receita publicitária e, ao invés disso, focando inteiramente na competição pela satisfação do espectador.”

A Netflix acredita que seu segundo trimestre vai melhorar devido a estreia de conteúdo aguardado, como a nova temporada da série “The Crown”, o novo filme do diretor Martin Scorsese, “O Irlandês” e a sétima e última temporada de “Orange Is The New Black”. Segundo a Variety, a empresa projeta 800 mil adições líquidas nos EUA e 6,2 milhões internacionalmente, num total de 7 milhões de adesões pagas no geral (acima dos 6,1 milhões no terceiro trimestre do ano anterior). A confiança parte do fato de que “os consumidores em todo o mundo continuam a migrar da televisão linear para o entretenimento na Internet a um ritmo notável”, como dito em carta aos acionistas.

Embora logo tenham que lidar com mais concorrentes – HBO, Disney, Warner Bros. e Apple lançarão seus próprios serviços de streaming em breve, fazendo com que a Netflix perca títulos de grande audiência no processo, como “The Office” e “Friends” –, a Netflix não acredita que a concorrência seja um fator para a falha do assinante.

Como parte de investimento para recuperar ou manter clientes, será lançado um plano de baixo custo e somente para celulares na Índia no terceiro trimestre de 2019. Será liberado também orçamento para mais produções originais. Outras medidas não foram informadas.

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