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Notícias   domingo, 05 de maio de 2019

A situação contratual e o futuro de alguns atores do MCU depois de Vingadores: Ultimato

Saiba quais personagens de destaque no Universo Cinematográfico da Marvel devem ter suas histórias dentro da franquia definitivamente encerradas e quais devem continuar.

A situação contratual e o futuro de alguns atores do MCU depois de Vingadores: Ultimato>

Aviso de spoilers de “Vingadores: Ultimato”

Com o lançamento recente do emblemático e efervescente “Vingadores: Ultimato”, a Marvel, como estúdio cinematográfico, acaba de chegar a um dos momentos mais cruciais de toda a sua história. A icônica saga das Joias do Infinito conseguiu alcançar seu epílogo de maneira impactante e entusiasmante, com uma conclusão arrebatadora para aquele que pode ser considerado, em termos de longevidade, o maior e mais ousado arco narrativo já concebido no cinema. A jornada idealizada pelo produtor Kevin Feige e companhia, iniciada em 2008 e estendida por mais de uma década em bem-sucedidos 22 filmes, notabilizou-se como um feito sem precedentes nos registros da sétima arte.

Porém, o encerramento de um ciclo vitorioso sempre traz preocupações legítimas quanto ao futuro daquilo que foi construído de forma tão bem alicerçada. Normalmente, algumas reformas são necessárias para que mudanças importantes aconteçam, e, às vezes, um alto preço precisa ser pago. E, no caso da Marvel, tida como a Casa das Ideias, a partir de agora, essa é uma verdade praticamente literal.

Em um primeiro momento, considerando as conclusões a que os eventos narrados em “Ultimato” podem conduzir, é possível deduzir que vários personagens de destaque no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) tiveram suas histórias dentro da franquia definitivamente encerradas. Entretanto, esse pode não ser verdadeiramente um encerramento definitivo para muitas dessas peças, tanto dentro do MCU quanto em outras mídias relacionadas.

Talvez o caso mais sintomático, nesse sentido, seja o da atriz Scarlett Johansson, cujo retorno de sua personagem, a heroína Viúva Negra, baseando-se na lógica de uma cronologia linear, fica, em teoria, inviabilizado. No entanto, Johansson voltará a viver a espiã num filme solo a ser lançado em 2020, ganhando para isso um cachê de US$ 20 milhões para estrelar e produzir o longa. Por inferência, deduz-se que a aventura deva se passar em um período no qual Natasha Romanoff ainda não fazia a menor ideia do que seria a chamada Iniciativa Vingadores, e muito menos de que um dia faria parte dela.

Em 2010, Chris Hemsworth, intérprete do Thor, assinou com a Marvel para viver nas telonas o deus do trovão em cinco filmes: “Thor” (2011), “Os Vingadores” (2012), “Thor: O Mundo Sombrio” (2013), “Vingadores: Era de Ultron” (2015) e “Thor: Ragnarok” (2017). O ator terminou renegociando seu contrato em 2017, para participar de “Vingadores: Guerra Infinita” (2018) e “Vingadores: Ultimato” (2019). Hemsworth faturou então uma quantia entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões, mesmos valores pagos a Chris Evans, intérprete do Capitão América, e sob as mesmas circunstâncias de seu xará e companheiro de equipe, o que não inclui pequenas participações em, por exemplo, cenas pós-créditos. No caso de Evans, os cinco filmes iniciais dentro do MCU foram: “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011), “Os Vingadores” (2012), “Capitão América: Soldado Invernal” (2014), “Vingadores: Era de Ultron” (2015) e “Capitão América: Guerra Civil” (2016).

De acordo com o The Hollywood Reporter, quando Hemsworth e Evans assinaram seus últimos contratos com a Marvel, os dois atores desconheciam o destino que seus personagens tomariam em “Ultimato”. Por isso, a princípio, o acordo não excluiu a possibilidade de retorno tanto de um quanto de outro ao MCU no futuro. Infelizmente, no caso de Evans, com base no desfecho dado a seu Steve Rogers no quarto filme dos Vingadores, é bem improvável que, de fato, isso ocorra. A boa notícia, entretanto, é que, no caso de Hemsworth e seu Thor, também com base no desfecho dado ao personagem no mesmo filme, essa possibilidade é bem real.

Enquanto isso, o principal nome do Marvel Studios, Robert Downey Jr., que, desde 2008, deu vida ao Homem de Ferro, negociou um arranjo financeiro único com o chefe do estúdio, Kevin Feige, que, ao longo dos anos, resultou em enormes lucros para o badalado ator. De acordo com fontes do The Hollywood Reporter, o intérprete de Tony Stark recebeu, somente por “Vingadores: Guerra Infinita” – que arrecadou mais de US$ 2 bilhões nas bilheterias –, pelo menos US$ 75 milhões. Para se ter ideia do poder de barganha de Downey Jr., ele recebeu nada menos que US$ 15 milhões apenas por sua participação em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (2017), sendo US$ 5 milhões por dia de trabalho durante três dias. Espera-se, no mínimo, que, com essas cifras, Downey Jr. tenha feito seu pé-de-meia, já que o astro principal acaba de encontrar seu fim no MCU (em tese).

Mas, para aqueles que postulam subir às posições mais elevadas na constelação de estrelas da Marvel, a matemática, definitivamente, está mudando. Como os filmes do MCU têm ido muito bem nas bilheterias globais desde “Homem de Ferro”, com seus US$ 585 milhões, o estúdio estabeleceu um novo limiar para a concessão de bônus aos seus atores. Há alguns anos, de acordo com um agente com acesso ao processo de negociação, uma bonificação só era concedida depois que um filme alcançasse pelo menos US$ 500 milhões globais. Mais tarde, esse limite passou para US$ 700 milhões. Agora, especialmente para os dois últimos filmes dos Vingadores, os bônus não entram em ação até que o filme atinja pelo menos US$ 1,5 bilhão de renda.

É importante destacar que parte da próxima fase da Marvel inclui a migração de muitos de seus personagens do cinema para o serviço de streaming da Disney, o Disney Plus, a fim de protagonizarem suas próprias séries individuais. Elizabeth Olsen (a Feiticeira Escarlate), Anthony Mackie (o Falcão), Sebastian Stan (o Soldado Invernal) e Jeremy Renner (o Gavião Arqueiro) fecharam contratos, separados dos contratos de filmes, para séries que, segundo as fontes, terão de seis a oito episódios. Esses contratos não impedem aparições em futuros filmes, mas resultariam em uma rodada separada de negociações.

Entre as próximas aventuras da Marvel na tela grande, poucas devem tomar como ponto de partida o enredo de “Ultimato”. Pantera Negra e Doutor Estranho seriam duas grandes exceções, já que seus intérpretes, respectivamente Chadwick Boseman e Benedict Cumberbatch, ainda têm contrato para, no mínimo, mais uma produção, o que deve resultar em sequências para seus filmes solos. Mas há novas adições também: “Os Eternos”, cujo elenco será encabeçado por Angelina Jolie (“Malévola”) e terá seus trabalhos de produção iniciados ainda em 2019, e “Shang-Chi”, centrado em um herói asiático e que deve vir logo na sequência. E, claro, ainda tem “Guardiões da Galáxia Vol. 3”, cujo planejamento aponta o início dos trabalhos para 2020, e que deve contar com a volta de seus principais atores, além do retorno de James Gunn, o diretor original da franquia.

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Fernando Gomes
@rapadura

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