Era Uma Vez em Hollywood | Produtores dão novos detalhes sobre os personagens e a trama do longa
Segundo os produtores, a obra será a mais pessoal já feita pelo diretor Quentin Tarantino.
Em entrevista à Entertainment Weekly, os produtores de “Era Uma Vez em Hollywood“, novo filme de Quentin Tarantino (“Os Oito Odiados”), David Heyman (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”) e Shannon McIntosh (“Os Oito Odiados”), revelaram mais detalhes sobre os personagens e a trama da obra. Também foi divulgada uma nova imagem do filme, que mostra os atores Brad Pitt (“Máquina de Guerra”) e Leonardo DiCaprio (“O Regresso”) lado a lado. Veja abaixo:
Heyman deixou claro, logo de início, que o tema central do filme não são os crimes cometidos por Charles Manson no final dos anos 60. Segundo o produtor, esse é um dos maiores equívocos a serem esclarecidos em relação ao projeto.
O filme se passa em 1969 e mostra DiCaprio como um astro de faroeste de TV decadente, chamado Rick Dalton. Pitt trabalha como o dublê de Dalton, Cliff Booth. A dupla de amigos transita pela Hollywood da época buscando dar novo fôlego às suas carreiras. Porém, Charles Manson e seu culto mortal têm sim um papel importante no filme. Damon Herriman (“Pelo Direito de Ser Feliz”) interpreta Manson e Margaret Qualley (“Dois Caras Legais”), Dakota Fanning (“Tudo que Eu Quero”) e Lena Dunham (da série “História de Horror Americana”) vivem membros do infame culto. McIntosh diz que o filme mostrará o fim da inocência que aconteceu nos anos 60 após os brutais ataques da gangue de Manson. Uma das principais vítimas do culto, a atriz Sharon Tate (Margot Robbie, de “Duas Rainhas”), viverá na casa ao lado à do personagem de DiCaprio. Heyman explicou a relação entre os personagens de DiCaprio, Pitt e Robbie:
“São as três classes de Hollywood: Temos a alta Hollywood de Sharon, a estrela em decadência de Rick, e Cliff, que está mais à parte, vivendo de forma mais humilde.”
Unir Pitt e DiCaprio pela primeira vez em um filme é um dos principais atrativos do projeto. Ambos trabalharam em filmes de Tarantino (Pitt em “Bastardos Inglórios” e DiCaprio em “Django Livre”), mas colocá-los lado a lado, segundo McIntosh, é absolutamente magnético:
“Não vejo a hora de o mundo ver a performance do Brad. Ele é tão maravilhoso e carismático, acho que é o Brad Pitt por quem as pessoas se apaixonaram anos atrás. Especialmente quando ele está frente a frente com Leo, sua performance é espetacular. Acho que as pessoas vão se lembrar porque ele é a estrela de cinema que sabemos que é.”
A dinâmica entre os personagens de DiCaprio e Pitt é muito interessante, segundo Heyman:
“Dalton não é a estrela que gostaria de ser, então ele está em crise. Ele tem trabalho, mas não é uma estrela do cinema. Já Cliff é tranquilo, alguém que está confortável em ser quem é. São duas pessoas que têm uma história juntos, e a lealdade que têm um pelo outro é bem forte. O filme é sobre essa amizade, sobre o poder dessa amizade enquanto eles embarcam em suas jornadas, seja juntos ou em separado.”
Sobre o papel de Robbie, Heyman explica que a ideia é esquecer toda a mitologia em torno do brutal assassinato e mostrar Sharon Tate como uma pessoa, com toda a sua doçura e entusiasmo. Ela representa a inocência, e como essa inocência é perdida quando ela é morta. A irmã de Tate, Debra, aprovou que Sharon fosse interpretada por Robbie, que afirmou querer honrar a memória da atriz. Tarantino fez questão de chamar Debra para validar o que está fazendo, até para deixar claro que não se trata de um filme sobre Charles Manson.
O ano de 1969 marcou uma época de mudanças em Hollywood. A Era de Ouro do cinema chegava ao fim e a TV ocupava um lugar cada vez maior nas vidas dos norte-americanos. Para Rick e Cliff, também, será um momento de transformações pessoais, conforme explica Heyman:
“Eles terão que se reinventar, e o quanto estão dispostos a fazer isso determinará seu futuro. O que eu adoro a respeito disso é que é contado de forma singular, porque é Quentin Tarantino falando a respeito da sua cidade natal. Ninguém mais poderia ter feito esse filme. É um filme pessoal do Quentin. São suas memórias de crescer em Los Angeles e ser um fã de Hollywood.”
Para transportar a audiência de volta à Los Angeles dos anos 60 e à sua infância, Tarantino e sua equipe transformaram muitas das icônicas locações em Hollywood Boulevard em suas versões de 1969. O Aeroporto de Los Angeles, que passaria por reformas, aguardou até que as filmagens no local fossem concluídas, para manter o visual clássico que ainda conserva. Os produtores de “Era Uma Vez em Hollywood” dizem que, tanto na fotografia quanto na trilha sonora, esse é o filme mais pessoal feito por Tarantino.
O filme deve estrear em 26 de julho nos EUA, mas Heyman e McIntosh consideram terminá-lo antes, para que seja possível exibi-lo no Festival de Cannes, no qual“Pulp Fiction” ganhou a Palma de Ouro há 25 anos. O evento acontece em maio.
Além das tramas principais, já relatadas, “Era Uma Vez em Hollywood” também retratará outros acontecimentos relevantes do ano de 1969, como a chegada da missão Apollo 11 à Lua, o Festival de Woodstock e o primeiro ano de Richard Nixon na presidência dos EUA.
No elenco estão também Al Pacino (“Paterno”), Bruce Dern (“No Rastro da Violência”), Mike Moh (da minissérie “Street Fighter: Ressurreição“), Timothy Olyphant (da série “Santa Clarita Diet”), Damian Lewis (da série “Billions”), Emile Hirsch (“Drama em Família”), James Marsden (da série “Westworld”), Scoot McNairy (“Batman vs Superman”) e Maya Hawke (“Little Women“). Além de dirigir, Tarantino também escreve o roteiro da produção.
“Era Uma Vez em Hollywood” tem previsão de estreia no Brasil para 15 de agosto.
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