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Notícias   terça-feira, 19 de março de 2019

Presidente da Warner Bros. Kevin Tsujihara deixa o cargo após escândalo sexual

Mensagens foram divulgadas no início deste mês nas quais o ex-presidente afirmou que iria pressionar até a atriz com quem mantinha relações sexuais conseguisse audições em filmes do estúdio.

Presidente da Warner Bros. Kevin Tsujihara deixa o cargo após escândalo sexual>

Kevin Tsujihara, presidente da Warner Bros., renunciou o cargo nesta segunda-feira, 18 de março, após escândalo envolvendo seu relacionamento com uma atriz serem descobertos no início deste mês. O diretor executivo da Warner Media – a empresa que comanda a parte econômica de todos departamentos e produtoras que fazem parte do grupo Warner Bros. – John Stankey  deu um depoimento sobre o assunto, mas ainda não apontou um substituto. Veja sua fala abaixo:

“É do interesse da WarnerMedia, da Warner Bros., de nossos funcionários e parceiros, que Kevin renuncie ao cargo de presidente e CEO da Warner Bros. Kevin contribuiu muito para o sucesso do estúdio nos últimos 25 anos e, por isso, agradecemos a ele. Kevin reconhece que seus erros são inconsistentes com as expectativas de liderança da empresa e podem afetar a capacidade de execução da empresa no futuro.”

Tsujihara, por sua vez, enviou um memorando interno para os funcionários da empresa sobre sua saída. Veja abaixo:

“Queridos colegas,

Na última semana e meia, tenho refletido sobre como a atenção em minhas ações passadas pode afetar o futuro da empresa. Após longa reflexão e discussões com John Stankey durante a semana passada, decidimos que é do interesse da Warner Bros. que eu renuncie ao cargo de presidente e CEO.

Eu amo esta empresa e as pessoas que a tornam tão boa. Tive a honra de liderar esta organização e trabalhar ao lado de todos os seus funcionários talentosos nos últimos 25 anos. Juntos, construímos este estúdio como um líder inequívoco na indústria.

No entanto, ficou claro que se eu continuasse na liderança, isto poderia ser uma distração e um obstáculo para o sucesso contínuo da empresa. O trabalho duro de todos dentro de nossa organização é realmente admirável, e eu não vou deixar a atenção da mídia no meu passado prejudicar todo o ótimo trabalho que a equipe está fazendo.

Estou impressionado e grato pela enorme quantidade de apoio que recebi de colegas e parceiros da indústria durante este período difícil.

Mais uma vez, estou muito orgulhoso do grande trabalho que vocês todos fazem todos os dias para tornar a Warner Bros. o padrão de ouro em nossa indústria. Foi um prazer trabalhar com todos e cada um de vocês, e desejo a vocês tudo de melhor.”

O escândalo veio à tona em 6 de março deste ano, quando o site THR publicou mensagens vazadas entre Tsujihara e a atriz Charlotte Kirk. No conteúdo, o ex-presidente afirmou que iria pressionar para que Kirk conseguisse algumas audições dentro de filmes do estúdio. Isto foi dito por ele enquanto estava tendo relações sexuais com a atriz.

Em uma das mensagens é possível ver que ela o questiona já que Tsujihara teria prometido que a ajudaria:

“Eu sei que você está muito ocupado, mas quando nós estávamos tendo relações sexuais no motel você disse que me ajudaria. Quando você me ignora, como está fazendo agora, me faz sentir usada. Você vai me ajudar como disse que ajudaria?”

O ex-presidente respondeu esta mensagem com:

“Sinto muito que você se sinta desta forma. Richard [Bretner, presidente de produção do estúdio New Line da Warner] vai entrar em contato com você hoje à  noite”.

Kirk foi escalada em papéis pequenos em duas produções do estúdio: “Como ser Solteira” (2016) e “Oito Mulheres e um Segredo” (2018).

Os textos mostram que, ao longo do tempo, Kirk ficou cada vez mais agitada porque ela não estava conseguindo tantos papéis quanto o previsto. Eventualmente, o diretor Brett Ratner (“A Hora do Rush”) pareceu assumir a liderança na tentativa de administrar a situação. Ele, junto com seu parceiro de longa data, James Packer, também tiveram mensagens vazadas sobre o assunto.

Através do advogado Marty Singer, Ratner intermediou um acordo que teria assegurado as audições da atriz, bem como uma aparição em um filme dirigido por ele. O acordo proposto nunca foi assinado, segundo Singer. Ratner afirma que Kirk era uma amiga e ele estava simplesmente ajudando-a a fazer audições seguras. Vale lembrar que em 2017, o diretor foi acusado por sete mulheres, incluindo as atrizes Olivia Munn e Ellen Page, de assédio sexual.

Segundo o THR, o relacionamento de três anos entre Kirk e Tsujihara mostra um aspecto sombrio da indústria do entretenimento, já que reúne mulheres jovens atraentes e ansiosas – se não desesperadas – para uma chance do estrelato e homens de sucesso que às vezes pensam nessas mulheres como um privilégio de sua riqueza e poder. As primeiras mensagens que foram mostradas são de 2013, nas quais Packer convida Kirk para conhecer o ex-presidente e que ele a dará ótimas oportunidades de emprego. Na época a atriz tinha 21 anos e Tsujihara, 49.

A Waner Media afirmou que iria investigar o assunto, e mantém isto até após a renúncia de Tsuhijara. Ele começou na empresa em 1994 e em 2013 alcançou a posição de diretor executivo e presidente da Warner Bros. Ele foi responsável pelos filmes da DC no estúdio e por conceder a J.K. Rowling uma série spin-off de “Harry Potter”, produzindo a franquia “Animais Fantásticos”.

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Amanda Gongra
@a_gongra

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