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Notícias   segunda-feira, 08 de abril de 2019

[ESPECIAL] Resumão Game of Thrones (HBO): o início de tudo

Os primeiros passos da série que é fenômeno no Brasil assim como em todo o mundo com um resumão das duas primeiras temporadas.

[ESPECIAL] Resumão Game of Thrones (HBO): o início de tudo>

Lançada em abril de 2011 pela HBO e com pouco destaque no Brasil, a série “Game of Thrones” (traduzida inicialmente como “A Guerra dos Tronos”) cresceu conforme suas temporadas foram se desenvolvendo e seus protagonistas sendo mortos. Baseada nos livros de George R. R. Martin, a história de “As Crônicas de Gelo e Fogo”, nome original da série de livros, se tornou um fenômeno mundial muito em razão da contribuição dada pelo fortalecimento das redes sociais, especialmente o Twitter e o Facebook.

Nunca o fenômeno da “segunda tela” foi tão forte como em “Game of Thrones”, reunindo comentários, reações surpresas (principalmente quando havia mortes chocantes) memes e muitos spoilers para quem não estava assistindo ao programa. Nas últimas temporadas, o Twitter, por exemplo, chegava a ter todos os seus assuntos mais comentados relacionados com a luta pelo Trono de Ferro. Transformado em um evento grandioso durante as noites de domingo, as pessoas passaram a se juntar em bares e locais com HBO para assistir aos episódios da série. Mas quais os motivos levaram a produção a chegar a esse patamar?

A fórmula de “Game of Thrones” está primeiramente ligada com sua história intrincada onde não existem vilões nem mocinhos. Como na vida real, o quadro aqui não é do preto contra o branco, mas sim dos vários tons de cinza, onde os personagens têm suas motivações, e essas levam a ações que podem prejudicar ou beneficiar outros personagens, dependendo muito do ponto de vista de quem presencia determinada ação. Para entender melhor, vamos relembrar o que acontece no princípio da série.

Atenção: O texto a seguir possui spoilers das primeiras temporadas de “Game of Thrones”.

Primeira Temporada – Mudanças pela frente

A série é ambientada em Westeros, continente governado pelos Sete Reinos, que por sua vez é uma entidade política com sede em Porto Real, onde fica o Trono de Ferro – símbolo máximo de poder no continente e tradicionalmente comandado pela família Targaryen, titular do Trono por séculos. Neste cenário medieval, a primeira temporada de “Game of Thrones” mostra a luta pelo trono após a família Baratheon tomar o poder em uma aliança com os Lannister, matando Aerys II Targaryen, conhecido como Rei Louco.

Por abarcar uma grande quantidade de personagens, o roteiro de “Game of Thrones” está sempre indo e vindo por Westeros e Essos, outro continente. No primeiro, a luta pelo Trono de Ferro fica cada dia maior, principalmente após o Rei Robert Baratheon (Mark Addy) convidar o amigo Eddard Stark (Sean Bean) para ser seu novo “Mão do Rei”, uma espécie de conselheiro. Esse convite separa a família Stark, responsável por comandar Winterfell, a capital do Norte, e cria um jogo de intrigas e luta pelo poder em todo o reino. Os filhos de Ned, Robb (Richard Madden, da série “Bodyguard”), Sansa (Sophie Turner), Arya (Maisie Williams), Bran Stark (Isaac Hempstead-Wright), Rickon (Art Parkinson) e o bastardo Jon Snow (Kit Harington) seguem por diferentes caminhos durante a guerra que se aproxima.

Separado pelo Mar Estreito, em Essos, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) busca obter um exército para voltar a Westeros e assumir o Trono de Ferro, seu por direito. Um dos passos para atingir seu objetivo consiste em casar com Khal Drogo (Jason Momoa) e assim fortalecer seu poder. O fato mais importante são os três ovos de dragão ganhados pela jovem , que no final da temporada se transformam em dragões com peso decisivo no decorrer da história.

Entre os momentos mais marcantes da primeira parte de “Game of Thrones” está a morte de Ned Stark. Arrependido de ter ido para Porto Real, o mandatário do Norte é absorvido em uma rede de intrigas e mentiras envolvendo a esposa de Robert, a rainha Cersei Lannister (Lena Headey), que mantém um caso com o irmão gêmeo Jaime (Nikolaj Coster-Waldau), resultando em filhos ilegítimos e sem direito na linha sucessória. O arrogante Joffrey (Jack Gleeson) assume o Trono de Ferro após a misteriosa morte do Rei Robert.

Ned é enganado por Cersei e acaba perdendo a cabeça em praça pública, perante Arya e Sansa. Essa cena foi uma das mais impactantes e uma das responsáveis por impulsionar a série, a mensagem passada foi clara: qualquer um poderia morrer daqui para frente, não importa se personagem principal ou não. Com a morte de Ned, seu filho mais velho, Robb, se proclama Rei do Norte e declara guerra contra Porto Real, mudando todo o já complicado mapa político de Westeros.

Para finalizar esse breve relato sobre o começo da série, deve ser destacado o pequeno espaço dedicado à história dos Caminhantes Brancos, seres sobrenaturais como espécies de zumbis que vivem do outro lado da Muralha – grande muro de gelo no Norte responsável por proteger o continente de ameaças externas. Essa história se desenvolverá com mais consistência apenas no final da produção.

O balanço da primeira temporada é positivo. Apesar de na época “Game of Thrones” ainda não ser tão conhecida, todos os elementos que a transformaram em série de sucesso já estavam presentes e são reforçados na segunda parte da série.

Segunda Temporada – Novos peões entram no jogo

Após apresentar novos personagens (alguns deles vão morrer logo depois) passamos a conhecer as consequências das ações de Cersei Lannister e Ned Stark durante a primeira parte. A busca pelo Trono de Ferro se intensifica com Joffrey, o atual detentor do posto, Robb Stark e os irmãos do falecido Rei Robert, Stanis Baratheon (Stephen Dillane) e Renly Baratheon (Gethin Anthony), reivindicando o direito à Coroa real, além de Daenerys, em Essos.

Tyrion Lannister (Peter Dinklage) vira Mão do Rei com a missão de ajudar Joffrey a enfrentar os adversários. Distinção dessa segunda temporada, vemos o anão como um perspicaz estrategista político, sabendo jogar o jogo melhor que ninguém e agindo de maneira sorrateira para evitar a queda de Porto Real. Sua ideia de usar Fogovivo, um líquido inflamável que queima sobre a água, durante a Batalha das Águas Negras rende o melhor episódio dessa temporada.

Enquanto isso no Norte, Robb Stark tenta fortalecer sua posição contra Porto Real, mas no meio do caminho se apaixona e, rompendo um acordo pré-estabelecido com a Casa Frey, casa-se com uma mulher diferente da promessa. As consequências desse rompimento serão tragicamente apresentadas na parte seguinte da série. Em Winterfell, Theon Greyjoy (Alfie Allen), que vivia sobre os cuidados dos Starks, se rebela, e, após visitar sua família nas Ilhas de Ferro, retorna para Winterfell buscando se tomar o novo líder do Norte. Após grande matança, Theon é capturado pela família Bolton, onde sofrerá muito pelos seus atos. Os filhos mais novos de Ned, Bran e Rickon, conseguem fugir de Winterfell rumo ao Norte, buscam a proteção de Jon Snow na Muralha.

Em Essos a história pouco anda (isso acontecerá por algumas temporadas). Daenerys vaga pelas cidades do continente na busca de um exército forte para lutar pelo trono no qual tem direito. O fato mais importante aqui é que os dragões, em uma bela cena, pela primeira vez cospem fogo para matar alguém.

A Batalha das Águas Negras é vencida pelo exército de Joffrey com a ajuda do Fogovivo de Tyrion e Tywin Lannister (Charles Dance), pai de Tyrion, Jaime e Cersei, após uma chegada pontual, estilo deus ex machina. Outro fato importante na segunda temporada foi a perda da mão de Jaime após ter sido capturado por mercenários. Líder da Guarda-Real, responsável por proteger o Rei, ele perde a capacidade de lutar, ficando em posição de fragilidade. Antes visto como vilão, ele agora passa a ser um personagem aceitável. Sentimos pena e até passamos a torcer por ele daqui para frente. Mais um exemplo claro de um personagem ambíguo, cinza, não simplesmente preto ou branco.

Fique ligado no Cinema com Rapadura que essa é só a primeira parte do nosso resumão especial sobre “Game of Thrones”, ainda vem muita coisa por aí!

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Filipe Scotti
@filipescotti

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