Durante sua participação no Festival de Cannes, com uma palestra sobre os 50 anos de “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, o diretor Christopher Nolan (“Dunkirk”) concedeu entrevista à Variety e admitiu que os vilões definiram a sua trilogia do “Cavaleiro das Trevas”.

Nolan disse que cada filme dessa trilogia estrelada por Christian Bale (“A Grande Aposta”) tem um gênero diferente e que os filmes tendem a ser definidos pelos vilões.

“Cada um dos filmes da trilogia tem elementos de um gênero diferente de acordo com o vilão que tem. ‘Batman Begins’ é uma história de formação, tendo como inimigo um ex-mentor: Ra’s Al Ghul. ‘O Cavaleiro das Trevas’, a partir do Coringa, está mais perto dos thrillers policiais de Michael Mann. Já o terceiro, operístico, funciona como um épico de guerra, tendo Bane como um terrorista”.

O diretor revelou que não tinha planejado criar uma trilogia ou uma franquia, e que quando o primeiro longa deu certo, ao preparar a sequência ele sentiu que a melhor forma de fazer um novo filme seria mudando a forma de interação com os vilões:

“Mudar os gêneros e a natureza dos vilões me fez sentir que era o jeito de levar o público em um jornada e contar algo diferente sobre Bruce Wayne”.

Sobre o personagem do Batman, Nolan afirmou que o fato de Bruce Wayne não ter poderes foi o que mais o atraiu:

“Venho do noir e Batman é um herói que lida com o tom sombrio desse gênero em sua gênese. Os filmes e os quadrinhos sobre ele não exploram sua origem, que vem de um trauma, de uma perda. Eu tentei ir por esse caminho, mais humano”.

Questionado se o Batman da trilogia seria uma homenagem à James Bond, Nolan admitiu uma conexão e acrescentou que a intenção era tornar o Batman tão atraente quanto o 007:

“Nós nos baseamos impiedosamente em filmes de James Bond para certos aspectos. Mas acho que se eu fiz a minha versão de James Bond,  ‘A Origem’ (2010) é muito mais culpado do que ‘O Cavaleiro das Trevas’”, finalizou.

Na palestra que ocorreu no último sábado (12), Nolan além de falar sobre sua trajetória no cinema, citou também a obra de Stanley Kubrick, um de seus grandes ídolos. A cópia de “2001 – Uma Odisseia no Espaço” exibida em Cannes, em 70mm, vai ganhar exibição comercial em salas da Europa. O festival segue até o dia 19 de maio.

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