A Netflix não para de surpreender seus usuários. Na última semana, o CFO do serviço de streaming, David Wells, esteve na Conferência de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Morgan Stanley e fez um anúncio ambicioso: em 2018, a plataforma pretende investir US$ 8 bilhões em 700 produções originais de séries, filmes e programas para a TV.

Esse processo todo inclui, também, 80 produções originais feitas fora dos Estados Unidos, como é o caso da série alemã “Dark” e a série brasileira “O Mecanismo”, criada por José Padilha (“Tropa de Elite”) e Elena Soarez (“Eu, Tu, Eles”). Esse investimento todo vem acontecendo pois a concorrência está aumentando, com o surgimento de outros serviços de streaming, como HBO Go, Amazon e Hulu. De acordo com o Wells, o importante é ter boas produções e não, necessariamente, de onde elas vêm:

“Não há ‘religião’ na Netflix sobre a fonte de programação, embora a empresa tenha cada vez mais intenção de produzir seu próprio conteúdo. As pessoas não se importam com as origens das histórias. Nós estamos prestes a ter o melhor conteúdo.”

Todo esse investimento não é pouco. A empresa, que fechou o ano de 2017 com mais de 100 milhões de assinantes no mundo todo, anunciou, no final de janeiro deste ano, que iria aumentar seus investimentos em marketing em mais de 50% ao longo de 2018. E os resultados estão começando a aparecer.

Recentemente, a gigante do streaming anunciou que Shonda Rhimes (“Grey’s Anatomy”) faria parte do time das produções originais da plataforma. Além disso, o diretor, produtor e roteirista Ryan Murphy (“American Crime History”) assinou um contrato milionário com a empresa. Os irmãos Jay (da série “Transparent”) e Mark Duplass (“Tully”) também estão nesse novo processo, fechando quatro filmes originais para a plataforma. O ator Adam Sandler (“Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe”) também renovou seu contrato de produção depois do sucesso de suas comédias. No último ano, o estúdio já havia revelado a meta ambiciosa de lançar 80 filmes originais em 2018.

Mesmo com todo o investimento em conteúdo original, Wells nega que a empresa irá oferecer somente esse tipo de produção. “Não acho que vamos chegar a 100%, mas pode ser que passe dos 50%”. A previsão, há alguns anos, era de que a Netflix oferecesse 50% de conteúdo original e 50% de conteúdo licenciado.

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