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Notícias   terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Experiência Will Smith no Brasil: “Eu digo BRA. Vocês dizem SIL. BRA. SIL. BRA. SIL”

Como a meteórica passagem do astro pelo Brasil transformou-se em uma gigante onda de simpatia e bom humor.

Experiência Will Smith no Brasil: “Eu digo BRA. Vocês dizem SIL. BRA. SIL. BRA. SIL”>

Ao nos deparamos com personalidades extravagantes do mundo do entretenimento, normalmente nos perguntamos se aquilo tudo é real mesmo ou se não é apenas mais uma boa encenação para o público. Não são poucos os casos de artistas consagrados, que são verdadeiros bastiões da simpatia em frente às câmeras, serem de um amargor desalentador por trás delas. Eis que nessa semana, em apenas dois dias, Will Smith, um dos maiores astros de Hollywood da atualidade, chegou ao nosso país e deu uma verdadeira aula de simpatia, empatia e muito bom humor.

Um Maluco na CCXP17

No domingo, dia 10 de dezembro, um cidadão fantasiado de Orc passeou por toda a área de estandes e atrações da Comic Con Experience. Tirou fotografias com os transeuntes e caminhou tranquilamente pela feira. O personagem chegou ao estande da Netflix, subiu em uma grade e sem muitas delongas, tirou a máscara e revelou sua identidade em meio ao público, deixando todos à sua volta atordoados. Inclusive seus próprios seguranças que, como pode ser percebido no vídeo produzido pela empresa e publicado em uma rede social, mostraram-se super tensos em ver o ator Will Smith desprotegido em meio a centenas de fãs.

Logo após essa revelação pública bombástica, Smith partiu em uma lenta e simpática caminhada até o estúdio para dar uma entrevista ao vivo, que ficava a mais ou menos 200 metros do espaço da Netflix. Pelo caminho, o astro tirou fotografias e selfies com fãs e foi extremamente carinhoso com todos a sua volta. Já no terraço do estúdio, ele pode constatar, pela primeira vez, o tamanho da comoção que causou com a sua chegada: milhares de pessoas se aglomeravam e gritaram seu nome. Toda a feira parou para testemunhar o momento em que Will sacou um megafone sabe-se lá de onde e saudou a multidão em bom e velho português: “Olá São Paulo!!!“. Nem é preciso dizer que o volume dos gritos do público era tão alto, que até mesmo atrapalhou a exibição de “Bright“, filme que Smith veio promover e que ocorria em sessão exclusiva para os três mil e quinhentos sortudos que conseguiram entrar no Auditório Cinemark. O tempo todo com um largo sorriso e até com uma fisionomia de constante surpresa com a recepção calorosa, o ator desceu até o estúdio e concedeu uma ótima entrevista, ao lado do ator Joel Edgerton (“Loving”), com quem divide o protagonismo no filme e também do diretor David Ayer (“Esquadrão Suicida”).

Painel de “Bright”

Assim que a exibição do longa terminou – com uma longa e barulhenta salva de palmas, demonstrando a efusiva aprovação do público – o trio adentrou o imenso auditório e, mais uma vez, Smith foi o dono da festa. Já apareceu falando em português mais uma vez, dançou e cantou a célebre canção tema da saudosa série “Um Maluco no Pedaço”. Uma energia inenarrável tomou conta do painel e todos, fãs fiéis ou não, ficaram hipnotizados com uma apresentação única.

Nunca foi tão empolgante e divertido conhecer os detalhes que cercavam o filme que havíamos acabado de assistir. E tudo isso vindo diretamente da boca de um verdadeiro “showman”. O ponto alto, excetuando a performance musical inesquecível, foi a narração hilária do “treinamento” que próprio Smith e que o ator Joel Edgerton fizeram com a polícia norte americana. Em frente a agentes treinados e fortemente armados, Edgerton teria se assustado com uma abelha enorme e dado um grito que chamou a atenção dos policiais que estavam em ação.

Antes de sair do palco, Smith autografou um antigo disco da trilha sonora da série “Um Maluco no Pedaço“, que pertencia a um sortudo fã da platéia.

Coletiva de Imprensa

Às onze horas da manhã da segunda-feira, foi a vez do astro encarar uma plateia um tanto diferente e um pouco mais complicada de se agradar. Explico: usualmente, coletivas de imprensa são eventos sóbrios e focados em apenas um objetivo: promover a obra que a motiva. Em um ambiente menor, sóbrio e menos acolhedor, normalmente fica mais fácil distinguir as personalidades conflitantes que integram um artista. Eis que Smith quebra todas as regras pré-estabelecidas e transforma a coletiva em um show de humor engraçadíssimo e descontraído. Seja brincando com os fotógrafos que se aproximaram muito rapidamente do palco, provocando um grito de “Segurança! Segurança!!!” do ator que, virando-se para o diretor David Ayer, diz que o salvou, já que o fotografo iria matá-lo, ou quando não entendeu o inglês de um colega jornalista e respondeu com um alto e sonoro “WHAT??????”, Smith deu outro banho de carisma e energia nunca visto antes, em um evento como esse, por este que vos fala. Nem mesmo o simpaticíssimo Hugh Jackman (“Logan”), mostrou-se tão disposto e feliz para o trabalho quando veio ao Brasil.

Mas vamos às informações importantes sobre “Bright” que o trio Smith, Ayer e Edgerton nos contaram entre às boas piadas do astro:

– O longa é uma mistura das histórias dos filmes “Dia de Treinamento” e “O Senhor dos Anéis”, ou seja, um drama policial com personagens mitológicos;

– Smith é policial humano que atua ao lado de um parceiro indesejado, um Orc (Joel Edgerton), que é rechaçado tanto pela própria polícia, quanto por sua própria raça, que o renega por ele ser policial;

– O personagem de Smith é racista, ou seja, não gosta de Orcs. O que é uma interessante mudança de perspectiva, já que este é um contraste com o fato dele ser negro. Normalmente, é o tipo de pessoa que sofre com o racismo;

– Edgerton enfrentou três horas e meia de maquiagens diárias para se transformar em um Orc. Por quase TRÊS meses!!! Will contou uma história engraçada deste processo: já que Edgerton precisava passar por isso todos os dias e Smith só ficava uns quinze minutos recebendo a sua maquiagem, ele achava que era sua responsabilidade entreter o colega. Lá pelo dia cinquenta e sete de filmagens, quando Will entrou no trailer dos maquiadores para mais um dia de animação, Joel deu um grito: “Hoje não Will…. Me deixa em paz!! Chega de atitude positiva!!”

– Questionado sobre a mensagem de “Bright”, Smith afirmou que acha muito interessante que a história do filme fale sobre todo e qualquer tipo de racismo e preconceito de uma forma bastante simples e sem julgamentos;

– Sobre sua paixão por filmes de ficção, o astro revelou que gosta do gênero pois ele proporciona discussões importantes por baixo de um verniz popular:

“É como um remédio que você toma e ele está coberto de açúcar. Você nem percebe ou se preocupa com o que está tomando, mas ele está te salvando.”

– O diretor David Ayer revelou que as gravações do longa foram quase que totalmente realizadas à noite ou na madrugada e que o clima no set era o melhor possível, pois ele contava com alguns dos melhores atores do mundo. Quando perguntado sobre a possibilidade de uma continuação – em coro com Smith – ele disse que se os fãs gostarem do primeiro e quiserem mais filmes, é só enviar mensagens pedindo para a Netflix, empresa que produziu o longa.

– Perguntados sobre a relação com a própria Netflix, todos disseram que a liberdade para tocar o projeto foi completa e que esperam repetir a parceria com a plataforma outras vezes.

Antes de terminar, em mais um rompante de animação total da coletiva, Smith começou a dançar e ameaçou tirar a camisa assim que ouviu o som da música que encerrava o evento.

Sem dúvida, Will Smith mostrou, nessa sua meteórica passagem pelo Brasil, que é um cara muito legal. Um sujeito carismático, engraçado e que possui uma energia muito difícil de descrever. Algo que preenche completamente o ambiente em que está, seja este um auditório para quatro mil pessoas, um pavilhão para cinquenta mil ou uma sala de hotel com cem lugares. Fica o desejo que o nosso país receba mais pessoas como Smith e Jackman, que reconhecem e retribuem, na medida, o amor e o respeito dos fãs. E dos jornalistas também, porque não?!

“Bright” apresenta um mundo futurista, onde os seres humanos convivem com diversas outras espécies. Daryl (Smith) é um policial especializado em crimes mágicos que precisará proteger uma varinha, ao lado de seu parceiro, um orc (Edgerton).

Com roteiro de Max Landis (“Victor Frankestein”), o elenco conta ainda com Ike Barinholtz (“Vizinhos 2”), Edgar Ramirez (“A Garota no Trem”), Brad William Henke (“Coração de Ferro”) e Noomi Rapace (“Alien: Covenant”).

O longa tem estreia marcada para 22 de dezembro na plataforma de streaming.

Agradecimento Especial: Netflix

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Rogério Montanare
@rmontanare

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