Quentin Tarantino explica porque não usa Netflix
Para diretor, alugar um filme ou assisti-lo por on demand são experiências diferentes.
Seja por sua comodidade, preço ou conteúdo original, a Netflix tem se tornado um serviço cada vez mais utilizado pelas pessoas. Dados de julho mostram que o serviço de streaming já acumula mais de 100 milhões de assinantes no mundo todo, fazendo com que a Netflix mire alto e planeje lançar 80 filmes originais no próximo ano. Apesar do sucesso, contudo, nem todos estão dispostos a adotarem o serviço. Entre eles, está o diretor Quentin Tarantino (“Os Oito Odiados”).
Em uma entrevista recente (via EW), o diretor lamentou o crescimento recente de serviços de streaming e de on demand. Para ele, ao consumirem o filme dessa forma, as pessoas começam a assisti-lo, mas acabam não se interessando:
“Eu não curto a Netflix, então eu nem posso dizer como ela funciona. Mas mesmo se você tivesse todos os canais de filmes em seu pacote de televisão – e isso é algo que eu tenho -, então você olha o guia, procura na lista, aperta um botão e assiste alguma coisa. Mas, talvez após assistir 10 ou 20 minutos, você talvez comece a fazer alguma outra coisa, e decide ‘Não, eu não quero ver isso’. E então isso é meio o que se tornou hoje.”
O diretor acrescenta que, com as locadoras, a dinâmica era diferente, uma vez que esses serviços de streaming não possibilitam a mesma “oportunidade para descoberta, ou nível de comprometimento, que as locadoras possibilitavam”:
“Essa era a diferença das locadoras: você ia até a loja, olhava, via o que estava escrito na contracapa – você fazia uma escolha. E talvez você falasse com quem estivesse no balcão e essa pessoa te dava um direcionamento. O ponto é: você se envolvia de uma maneira que não acontece com o uso da tecnologia quando se trata de filme. Claro, alugávamos três filmes e não assistíamos ao terceiro, mas o comprometimento com o que você tinha escolhido era maior.”
Atualmente, Tarantino trabalha no roteiro de seu nono filme, que teve sua possível sinopse divulgada. O longa será feito pela Sony, que comprou os direitos recentemente. A produção ainda não tem uma data de estreia definida.
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