Cinema com Rapadura

Entrevistas   segunda-feira, 10 de maio de 2021

Army of the Dead | Zack Snyder fala sobre seu retorno ao gênero de zumbis

Depois de "Madrugada dos Mortos", cineasta traz um novo conceito com o filme de assalto zumbi.

Army of the Dead | Zack Snyder fala sobre seu retorno ao gênero de zumbis>

Zack Snyder retorna ao gênero de zumbis com “Army of the Dead: Invasão em Las Vegas”, filme que chega à Netflix em 21 de maio. O Cinema Com Rapadura teve a chance de conhecer mais sobre o longa ao participar da coletiva de imprensa com o cineasta, os produtores Wesley Coller e Deborah Snyder, e o elenco formado por Dave Bautista, Ella Purnell, Omari Hardwick, Matthias Schweighöfer, Ana de la Reguera, Nora Arnezeder, Tig Notaro, Garret Dillahunt, Theo Rossi, Raul Castillo, Samantha Win, Huma S. Qureshi, Hiroyuki Sanada e Richard Cetrone.

Sendo este o segundo filme de zumbis de Snyder, a ideia veio à ele justamente quando estava trabalhando em “Madrugada dos Mortos”, em 2004. O cineasta descreve o pensamento de uma praga zumbi que teve origem na Área 51, e eles acabariam em Las Vegas, e uma muralha teria que ser construída ao redor da cidade. Ele explica também outras inspirações:

“Nasceu da ideia de outros filmes como ‘Fuga de Nova York’, o ‘Planeta dos Macacos’ original, ‘Aliens’ e ‘Duro de Matar’, estes filmes de gênero muito fortes com os quais eu cresci. Eu sempre fui fascinado pelas regras destes filmes e como eles são referenciais sobre o que o público está disposto a aceitar como tropo ou ideia preconcebida do que é um filme de zumbi”.

Mas a ideia nasceu cedo demais, já que à época eles já estavam desenvolvendo um filme de zumbis, e assim não tinham interesse de seguir direto para outro do mesmo gênero. Zack e Deborah então desenvolveram a ideia para outro diretor, mas o projeto acabou não indo à frente. Ao pensar no que fazer em seguida depois das aventuras do diretor pelo mundo dos super-heróis, voltar ao que se tornaria “Army of the Dead” pareceu ideal.

A Netflix se tornou a casa do projeto, e como descrevem os Snyders, a empresa topou tudo, até mesmo o fato de que o roteiro estava sendo escrito ao mesmo tempo em que o filme já estava em produção. A atração principal, claro, são os zumbis, mas o longa é descrito como um “zombie heist movie”, já que o plot central envolve um grupo com o trabalho de roubar um cofre de um cassino em uma Las Vegas infestada. Mas além disso, a produção também conta com um centro emocional formado pelo relacionamento de pai e filha entre Scott (Dave Baustista) e Katie Ward (Ella Purnell). Sobre isso, Zack afirma:

“Como um ser humano eu evoluí desde quando fiz ‘Madrugada dos Mortos’ e o relacionamento que eu tenho com meus filhos, e ser um pai, fez com que essa parte do filme se tornasse bem mais importante para mim do que seria 15 anos atrás”.

Este foi o maior ponto de interesse para Bautista ao decidir aceitar o papel, visto que o ator estava interessado em ir além da ação. Ele diz:

“Quando eu descobri que Zack estava interessado em mim para ser Scott, eu li o roteiro e foi completamente diferente do que eu pensava que seria. Isso me deu a oportunidade de realmente mostrar lados diferentes de mim, de um cara da ação para um pai que só está tentando se redimir com sua filha, então foi isso que me atraiu ao projeto”.

Outro grande diferencial do filme é a ideia da evolução dos zumbis, no que Snyder descreve como sendo uma espécie que poderia até mesmo substituir os humanos. Os “alfas” não são meras criaturas famintas por carne, mas que pensam, sentem e vivem. Eles são comandados por Zeus, interpretado por Richard Cetrone. Coberto de maquiagem e prótese, o ator e dublê mostra muito bem como se comporta este novo tipo de zumbi.

Todo o elenco elogiou a forma que Snyder trabalha nos sets, estando sempre envolvido em todos os aspectos, e permitindo que cada ator tenha espaço em seus papéis. Snyder não apenas dirige e coescreve, mas atua também como diretor de fotografia. Algo que não poderia faltar é a marca registrada do cineasta com suas aberturas ao som de alguma canção popular que encaixe na narrativa. “Army of the Dead” traz isso, e o diretor ressalta que quis passar duas ideias diferentes no início e no final do filme com o uso das músicas.

Enquanto os atores falavam sobre a experiência de trabalharem juntos no set, Tig Notaro falou sobre sua inusitada participação na obra. A atriz e comediante só foi adicionada quando as gravações já haviam sido encerradas, a fim de substituir Chis D’Elia no papel do piloto de helicóptero do time. Os atores brincaram que quando assistiram ao filme, se perguntaram “quem é ela?”, quando viram Notaro colocada nas cenas como se sempre estivesse lá. O fato é que, não fosse a própria atriz destacando isso, sua inserção mal seria notada como algo feito na pós-produção, pois ela se encaixa muito bem no longa.

Matthias Schweighöfer, que interpreta o arrombador de cofres alemão chamado Ludwig Dieter, brincou com o nome totalmente alemão de seu personagem, e indicou que podemos esperar descobrir mais sobre seus talentos no prequel de “Army of the Dead”, que é dirigido e protagonizado por ele. O filme, que já foi gravado, é um dos derivados junto ao anime “Army of the Dead: Lost Vegas”, que mostrará o time comandado por Scott Ward antes da missão de “Invasão em Las Vegas”.

Em um acordo com o Cinemark, a Netflix irá exibir “Army of the Dead” em 600 cinemas nos Estados Unidos, a partir desta sexta-feira, 14. O longa então estreia mundialmente no streaming em 21 de maio. Nossa crítica será publicada nesta terça (11), então fiquem ligados no Cinema Com Rapadura.

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Louise Alves
@louisemtm

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