Cinema com Rapadura

OPINIÃO   domingo, 03 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine (2009): um irrelevante filminho de ação

Um dos mutantes mais queridos do planeta finalmente ganha um filme só para ele. Produzido pela 20th Century Fox, “X-Men Origens: Wolverine” conta a saga deste incrível e rancoroso personagem, mas sem tanto motivo para alegria, já que o filme decepciona.

Hugh Jackman volta à pele do seu personagem mais querido, mas dessa vez o filme conta o passado do mutante antes dele entrar para os X-Men. Sua paixão pela mortal Kayla (Lynn Collins), sua relação bastante complexa com seu irmão Victor Creed (Liev Schreiber), o vilão Dente de Sabre, mostra também um pouco da equipe X que é formada apenas por mutantes, tendo fins militares, as experiências científicas que o fizeram surgir com mais força e muitos outros fatos que fizeram parte do passado desse feroz personagem da Marvel e que contribuíram para o seu jeito de ser são abordados no longa.

Entre os integrantes da equipe X estão Logan, o selvagem Victor Creed, o especialista em esgrima Wade Wilson (Ryan Reynolds), o teleportador John Wraith (Will i Am), o atirador David North (Daniel Henney), o extremamente forte Fred J. Dunes (Kevin Durand) e ainda Bradley (Dominic Monaghan), que manipula a eletricidade. No comando está William Stryker (Danny Huston), que envolve alguns componentes do grupo no projeto Arma X, um experimento ultra-secreto. .

Dirigido por Gavin Hood e com o roteiro de David Benioff, o filme inicia mostrando a relação entre Logan e Victor, ora de amizade, ora de bastante raiva. Embora existam cenas de ação principalmente quando os dois irmãos lutam entre si, a obra inicia muito lenta e descaracterizada, o que já causa uma má impressão logo de cara. Com o desenvolvimento da história e o surgimento de outros mutantes como Gambit, a trama ganha um novo ânimo. Finalmente surgem os efeitos visuais que tanto foram elogiados nos filmes anteriores e aparece a grandiosidade que é a real marca dessa franquia.

O enorme sucesso dos três primeiros filmes de “X-Men” foi o fator crucial para a ideia desse novo projeto, o problema é que ao retirar a maioria dos personagens e focar apenas no Wolverine, o longa perdeu parte da magia da obra. Isso é feito literalmente, já que o mutante aqui explorado conta apenas com suas garras que aliadas com a sua raiva até são muito poderosas, mas não proporcionam o espetáculo visual que os fãs desses mutantes estão acostumados a ver. Vale lembrar um dos principais atrativos da obra que é o surgimento de Gambit pela primeira vez na franquia. Ele é interpretado de maneira bem fiel pelo desconhecido Taylor Kitsch.

É importante destacar que, embora o filme seja marcado por inúmeras falhas, ele merece algumas estrelas também. O elenco, por exemplo, apresenta-se afinadíssimo. Destaque para Hugh Jackman que mais uma vez brilha nas garras do mutante mais feroz dos X-Men. Destaque também para o trabalho de Taylor Kitsch e Liev Schreiber que traz Gambit e Dente de Sabre ao cinema ao melhor estilo. Além disso, merece elogios também as cenas de ação que, desde o segundo filme da franquia, tornou-se o principal atrativo da obra. A sequência em que Wolverine e Victor Creed lutam contra o “Arma X” é excepcional, realmente de tirar o fôlego.

O passado de Wolverine que foi esquecido pelo mesmo também deve ser esquecido pelo grande público e principalmente pelos fãs da franquia, seja por seu fraco desenvolvimento nesse longa, seja pela decepção que causa por onde passa. Um irrelevante filminho de ação e nada mais do que isso.

Marcus Vinicius
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