Com o peso de grandes expectativas, “X-Men: O Confronto Final” chega para fechar (ou não?) a trilogia da série. O resultado, no entanto, apesar de agradar ao espectador mais descompromissado, acaba ficando um pouco aquém do esperado pelos fãs mais assíduos da saga.
A história do time de mutantes composto por Wolverine, Tempestade, Ciclope, Vampira, entre outros, sempre arrebatou fãs de todas as idades em seu formato de quadrinhos e com as adaptações para a televisão e, mais recentemente, para o cinema não foi diferente. Desde que a saga começou a ser adaptada para película, em 2000, a legião de admiradores da história de Stan Lee começou a criar grandes expectativas com relação ao fato. Os dois primeiros filmes foram sucesso absoluto de público e agradaram bastante à crítica. “X-Men: O Confronto Final”, no entanto, vinha com uma responsabilidade especial: a de ser a finalização de uma trilogia (apesar de que depois de vermos o filme, isso não fique exatamente certo).
A trama desse terceiro filme da grife “X-Men” gira em torno da descoberta de uma possível “cura” para o gene mutante. Dessa forma, os integrantes da raça poderiam escolher entre continuar do jeito que são ou tornar-se humanos, o que gera uma espécie de cisão, já que existem os que aceitam sua condição e os que querem deixar de ser “diferentes” de toda forma. No meio disso, Jean Grey, que havia teoricamente morrido no filme anterior, retorna como uma força mais poderosa que qualquer mutante já visto e acaba por causar danos irreparáveis por não poder controlar seu próprio poder.
Não sou exatamente fã da série “X-Men”, mas sempre nutri uma certa simpatia pela história. Talvez por não ter ido ao cinema com uma expectativa definida com relação à detalhes da trama propriamente dita, ela tenha me agradado. Os fãs, no entanto, podem sentir que o possível desfecho deixou a desejar.
O filme em si está muito bem conduzido. Muitas cenas de ação misturadas à momentos dramáticos, com o trunfo de não deixar nenhuma seqüência cansativa (erro recorrente nesse gênero de filme) fazem com que a trama flua bem. A produção, no entanto, se mostrou um tanto quando descuidada com relação a alguns efeitos especiais, o que é imperdoável devido à grandiosidade do filme. Alguns detalhes podem até passar despercebidos para um espectador destreinado, mas existem momentos na projeção em que o trabalho é visivelmente mal acabado, um erro gritante e inesperado.
O elenco, constituído por nomes já presentes nos filmes anteriores e outros inseridos apenas agora, está realmente bem sincronizado. Quem rouba a cena, como já era de se esperar, são os veteranos Ian Mcellen, na pele do controverso Magneto e Patrick Stewart, sempre excelente como o Professor Charles Xavier. Hugh Jackman novamente mostra competência ao construir um Logan dividido entre a personalidade selvagem e a sensibilidade despertada por seu sentimento por Jean Grey e Halle Berry também faz o dever de casa direitinho ao dar vida mais uma vez à Tempestade, dessa vez com um destaque especial na trama (detalhe à parte: a personagem, antes criticada por não voar nos filmes, dessa vez abusa dessa atividade).
Apesar de tudo, alguns personagens deixaram a impressão de estar um pouco sem rumo na trama, como no caso do Arcanjo. A história do personagem fica meio no ar e um tanto quanto mal resolvida. A personagem Mística, também de relevante importância até então, tem aqui um final não-condizente com as expectativas.
Com erros e acertos, “X-Men: O Confronto Final” ainda pode ser uma boa pedida para uma ida ao cinema. Para os admiradores incondicionais da saga, fica o conselho de não criar expectativas que provavelmente não serão alcançadas.
Uma última dica: Esperem a cena inserida após os créditos finais. Ela pode ser uma esperança de que voltemos a ver os mutantes de volta nas telonas mais cedo do que se esperava.